Palmas, cocais, tupinambá: Brasil tem quase 200 moedas em circulação, além do real

Indexada ao real, no valor de um por um, as moedas sociais são usadas em 182 comunidades em pagamentos do dia a dia

Redação Terra

21 ago 2024 - 05h00

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A primeira moeda social a entrar em circulação no país foi a palmas, que nasceu junto com o Banco Palmas em 1998.
Foto: Divulgação/Banco Palmas

Em circulação em comunidades quilombolas, indígenas, assentamentos, vilas de pescadores, territórios rurais e urbanos, as moedas sociais movimentam a economia solidária por todo o Brasil. Indexada ao real no valor de um por um, as moedas sociais são usadas em pagamentos do dia a dia, promovendo a inclusão financeira dos mais pobres.

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Com circulação restrita às suas comunidades, as moedas sociais estão organizadas em torno da Rede Brasileira de Bancos Comunitários (RBBC). Joaquim Melo, coordenador da RBBC e autor do livro 'As moedas sociais do Brasil' (2010), que narra as diferenças entre as moedas sociais comunitárias e as moedas sociais municipais, disse que há 182 moedas sociais em operação no território nacional. Essa também é a mesma quantidade de bancos comunitários.

A primeira moeda social criada foi a palmas, que nasceu junto com o Banco Palmas, fundado em janeiro de 1998 pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeiras, um bairro periférico localizado em Fortaleza, no Ceará. Melo, que é educador popular e líder comunitário, ajudou a colocar em circulação a primeira moeda social do Brasil.

"Nós fazemos 1 milhão de empréstimo em palmas para produção por mês e 300 mil de empréstimos em palmas para o consumo", revela Melo, que desenvolveu um sistema econômico com linha de microcrédito alternativo para produtores e consumidores, como instrumentos de incentivo ao consumo local (cartão de crédito e moeda social circulante) e alternativas de comercialização (feiras e lojas solidárias).

Além das palmas, do Conjunto Palmeiras, outras moedas sociais são bastante conhecidas. Algumas, inclusive, estão em circulação no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio tem a pedra bonita, em Itaboraí; itajuru, em Cabo Frio; saquá, em Saquarema; a caboclinho, de Iguaba; além da elefantina, de Porciúncula, e a macaíba, de Macaé. Em São Paulo tem a vida, em São Carlos; apuanã, em Jardim Apuanã; e a estela, em Carapicuíba.

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