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Pandemia vai limitar oferta de carnes dos EUA mesmo após decreto de Trump, diz Tyson

4 mai 2020 - 15h21
(atualizado às 15h33)
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A crise do coronavírus continuará levando à hibernação de unidades de processamento de carnes nos Estados Unidos e desacelerando a produção, disse a Tyson Foods nesta segunda-feira, sinalizando mais interrupções na cadeia de suprimentos de alimentos do país mesmo após o presidente Donald Trump ter exigido que as instalações permaneçam abertas.

Unidade da Tyson Foods em Burbank, Washington (EUA) 
26/12/2013
REUTERS/Ross Courtney
Unidade da Tyson Foods em Burbank, Washington (EUA) 26/12/2013 REUTERS/Ross Courtney
Foto: Reuters

A Tyson reportou lucros e receitas abaixo do esperado no trimestre encerrado em 28 de março, antes de processadores fecharem grandes plantas de abate em função do avanço da Covid-19 entre funcionários.

As ações da empresa recuaram mais de 8%, com a Tyson dizendo também que as vendas de carnes vão cair no segundo semestre deste ano porque a pandemia reduziu a demanda de restaurantes pelos produtos.

"Houve alguma escassez em algumas categorias específicas", disse o presidente-executivo da companhia, Noel White, em conferência com analistas.

O presidente Trump definiu na semana passada que plantas de processamento de carnes são uma "infraestrutura crítica" e devem seguir abertas, em ordem executiva que visa proteger o abastecimento de alimentos do país.

A Tyson está trabalhando com autoridades do governo norte-americano para retomar operações em uma enorme unidade de carne bovina que foi fechada em Dakota City, no Nebraska, disse White.

A empresa passou o final de semana recebendo resultados de testes de Covid-19 feitos entre trabalhadores de outra planta de bovinos fechada, em Pasco, Washington, acrescentou o executivo.

A Tyson também fechou temporariamente unidades de carne suína em Iowa, nos municípios de Waterloo e Perry, mas disse na sexta-feira que vai reabrir uma planta de suínos em Logansport, Indiana.

Quando as plantas reabrirem, ainda não se sabe quantos funcionários vão retornar de forma imediata ao trabalho, diante dos temores relacionados ao vírus.

A capacidade de abate de suínos dos EUA recuou cerca de 50% em relação aos níveis vistos antes da pandemia, afirmou o presidente da Tyson, Dean Banks, a analistas.

Em uma segunda conferência, esta com repórteres, ele destacou que a empresa consolidou sua oferta de produtos para ajudar a manter o fluxo de mercadorias para os consumidores.

Com os consumidores permanecendo em casa, a demanda por carnes da Tyson no varejo teve alta de 30% a 40%, mas as vendas da companhia vão recuar no segundo semestre do ano por causa das perdas com restaurantes e serviços de alimentação.

Excluídos itens não recorrentes, a Tyson obteve lucros de 77 centavos de dólar por ação no segundo trimestre, encerrado em 28 de março. Analistas estimavam ganhos de 1,04 dólar por ação.

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