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Pão de Açúcar conclui venda de imóveis e postos de gasolina e se encaminha para nova fase

Venda de ativos que não eram essenciais ao negócio somou R$ 1,9 bilhão; mudanças no quadro societário da empresa já se refletem nos assentos do Conselho de Administração

1 jul 2024 - 18h09
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O Grupo Pão de Açúcar (GPA) encerrou, com a venda de seus postos de gasolina, a promessa de venda de ativos que não eram essenciais ao negócio. A empresa se encaminha para uma nova fase, com mudanças relevantes inclusive em seu quadro societário que já se refletem nos assentos do Conselho de Administração. Ao todo, a venda de ativos somou, nas contas do Itaú BBA, R$ 1,9 bilhão.

Grupo Pão de Açúcar tem aberto mão de ativos que não se conectam ao core business da companhia
Grupo Pão de Açúcar tem aberto mão de ativos que não se conectam ao core business da companhia
Foto: Grupo Pão de Açúcar / Divulgação / Estadão

Ao longo de 2023, a companhia completou a separação do Grupo Exito, vendeu imóveis dos quais passou a ser locatária e se desfez dos postos de gasolina. O último movimento, a venda de 49 postos de combustíveis localizados no Estado de São Paulo, na semana passada, levantou R$ 200 milhões.

O processo é visto pelos analistas do Itaú BBA como fundamental para a reorganização da companhia. "Conforme escrevemos em nosso relatório de reinício da cobertura, melhorar a estrutura de capital da empresa foi um pilar fundamental do plano de recuperação do GPA", diz o relatório.

No mesmo caminho, o Bradesco BBI avalia que a última venda caracterizou mais um anúncio estratégico positivo, após a monetização imobiliária e a negociação de contingências fiscais estaduais da companhia.

Para os analistas Felipe Cassimiro, Pedro Pinto, Renan Sartorio e João Andrade, os R$ 138 milhões a serem recebidos em 2024 devem ajudar a empresa a compensar as despesas financeiras, principalmente no novo cenário brasileiro de taxas de juros mais altas, em 10,50%, afirmam em relatório.

"Em suma, temos uma visão positiva sobre o desinvestimento de ativos não essenciais, uma vez que a empresa irá concentrar a sua força e atenção de gestão totalmente no seu principal varejo alimentar", conclui o Bradesco BBI.

Quadro societário

Do outro lado, o GPA vive um processo de saída do ex-controlador francês, Grupo Casino. Em março deste ano, a oferta de ações (follow-on) do GPA sacramentou a saída do Casino do controle da varejista brasileira. Os franceses passaram a ter 22,5% da companhia após o aumento de capital de R$ 704 milhões. Anteriormente, a participação era de 40,9%.

No processo, um dos maiores compradores individuais do papel foi o executivo Ronaldo Iabrudi, que já foi presidente do GPA e também participou no conselho do grupo. Ele alcançou 5,48% do total de ações da mesma classe.

Como consequência, na quinta-feira, 27, o Conselho de Administração da companhia decidiu, com base na recomendação do Comitê de Gestão, Pessoas e Sustentabilidade, pela eleição de Iabrudi para a posição de vice-presidente do Conselho.

Cadeiras no colegiado são miradas por outros investidores que buscam posições relevantes na nova fase da varejista. Entre os que montaram posições mais recentemente está a gestora SPX.

No último trimestre, a empresa apresentou redução de R$ 700 milhões da dívida líquida com diminuição de 0,8x da alavancagem em relação ao trimestre imediatamente anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da rede, por sua vez, foi de R$ 404 milhões, com alta de 39% (considerando só a operação brasileira, sem impactos internacionais) e um prejuízo líquido de R$ 87 milhões (nas operações que se mantêm), com melhora de 68% no resultado negativo de um ano antes.

Grupo Pão de Açúcar tem aberto mão de ativos que não se conectam ao core business da companhia
Grupo Pão de Açúcar tem aberto mão de ativos que não se conectam ao core business da companhia
Foto: Grupo Pão de Açúcar / Divulgação / Estadão
Estadão
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