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Para crescer, chinesa Xiaomi trava guerra contra ilegais

Em parceria com varejistas nacionais, a fabricante chinesa adotou estratégia para minar vendas do mercado paralelo de celulares e alavancar a sua operação no Brasil

1 mar 2022 - 05h10
(atualizado em 2/3/2022 às 16h33)
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Após uma tentativa malsucedida de entrar no mercado brasileiro em 2015, a marca chinesa de eletrônicos Xiaomi voltou ao País em 2019, desta vez em parceria com uma empresa brasileira, a DL Eletrônicos, de Minas Gerais. Mas o período fora do mercado local fez com que os smartphones, fones de ouvido e outros produtos da companhia começassem a povoar os marketplaces de varejistas locais, muitas vezes de forma irregular e sem suporte aos consumidores.

Em 2021, a Xiaomi declarou guerra aos produtos ilegais e passou a combater ativamente a venda de aparelhos sem aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A iniciativa reduziu em 27% o faturamento do comércio paralelo e colocou a companhia no terceiro lugar em vendas de celulares no País no ano passado.

"Nós passamos a informar aos marketplaces de eletrônicos quais empresas compraram nossos produtos. Então, eles só permitem as vendas de itens adquiridos legalmente. É um trabalho recorrente e de formiguinha", afirma Luciano Barbosa, líder da operação da Xiaomi no Brasil.

Os produtos vendidos por importação direta de países da Ásia não contam com garantia contra defeitos ou atendimento em assistência técnica. Em muitos casos, as pessoas só descobrem que compraram um produto informal quando ligam para o SAC da companhia. No caso dos smartphones, o funcionamento da internet 4G e 5G pode ser afetado por conta de componentes parcialmente incompatíveis com as redes das operadoras locais.

Para derrubar as vendas informais, a Xiaomi adotou "tolerância zero", optando por interromper os negócios em sites de varejistas que não respeitaram os pedidos de remoção dos anúncios de aparelhos ilegais. Para alcançar o resultado positivo, a Xiaomi precisou juntar esforços com as varejistas que oferecem marketplaces, como B2W, Via e Magalu.

Em 2020, foram vendidos no País 3,8 milhões de smartphones de maneira informal, no chamado "mercado cinza", com receita de R$ 5,9 bilhões, segundo a consultoria IDC. Já em 2021, o número de vendas teve queda de 7%, indo a 3,5 milhões, enquanto o faturamento caiu 27%, chegando a R$ 4,3 bilhões. Ainda assim, a batalha continua para reduzir as vendas ilegais de outras categorias de eletrônicos mais simples, como fones de ouvido.

MERCADO CINZA.

Na década de 1980, a Lei Federal n.º 7.232/84 determinou a reserva de mercado para o setor de informática visando ao fomento da indústria nacional, o que inviabilizou a entrada de empresas estrangeiras. Por causa da sanção, que durou até 1991, o País viu aumentar a pirataria de produtos eletrônicos, alguns deles vindos do Paraguai.

Com a formalização da importação de artigos eletrônicos, o que era chamado de mercado cinza mudou. Agora, o termo se refere ao comércio de produtos por pequenas importadoras, sem o aval das fabricantes - como a Xiaomi.

REINVENÇÃO.

A chegada da Xiaomi ao Brasil mudou os negócios da companhia mineira DL Eletrônicos. Conhecida pelas panelas elétricas e pelos tablets de entrada, a companhia se transformou em uma grande importadora de eletrônicos. Atualmente, a DL Eletrônicos comercializa cerca de 500 produtos da Xiaomi no País, como fones de ouvido sem fio e mais de 40 modelos de celular. Em 2021, a empresa foi a terceira maior vendedora de smartphones no País, atrás apenas da líder Samsung e da Motorola. "Para os negócios como um todo é um projeto grande, que mostrou como a empresa estava bem estruturada", diz Barbosa.

A parceria entre a DL e a Xiaomi também levou a marca chinesa ao varejo físico. Com sete lojas próprias, o plano da empresa é expandir as operações no segundo semestre já de olho nas vendas de aparelhos com internet 5G.

Estadão
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