Para economizar, gamers adotam "garimpo" como tática na BGS
Em meio a preços elevados, visitantes da Brasil Game Show visitam mais de um estande na área comercial antes de selar uma compra
Se engana quem pensa que a Brasil Game Show (BGS), a maior feira de videogames da América Latina, serve apenas para o teste de jogos recém-lançados, ou aqueles que apenas chegarão no ano que vem. O evento também serve como oportunidade para compras de bonecos, canecas, adesivos, pelúcias, camisetas e almofadas temáticas do mundo nerd, além de produtos oficiais das maiores produtoras de games, como a Sony (Playstation), Microsoft (Xbox) e Nintendo. Os preços variam desde R$ 10, em chaveiros e bottons, até R$ 5.000 em itens raros de coleção.
Localizada no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), a BGS reservou um espaço dentre os seus 67.619m² para que lojas pudessem comercializar seus produtos. Na área dedicada ao varejo, são 38 estandes expondo seus itens e batalhando pela atenção dos gamers. Uma dessas lojas é a Taverna do Rei, uma loja digital que tem se dedicado nos últimos anos a comparecer a eventos para estreitar os laços com o seu público-alvo. "Muita gente conhece a gente por essas feiras e é assim que a gente vai ganhando um nome, virando referência, justamente por estar nesses locais", afirma o vendedor Edson Sousa Melo.
O mais importante para Melo é que as pessoas vão criando memórias afetivas com a loja por conta dessa presença nos eventos. "A gente tem ido em muitas feiras pelo Brasil todo, como a Comic-Con e as bienais do livro, e as pessoas sempre associam nossa presença a esse universo todo", diz. Além disso, o vendedor da Taverna do Rei também diz que participar de eventos como a BGS dão um bom retorno financeiro. "Depois de cada evento sempre há uma crescida de curtidas em nossas redes sociais e, consequentemente, acaba tendo um aumento nas vendas."
"Tem que garimpar"
Embora marcar presença dentro da Brasil Game Show seja uma boa estratégia de marketing para as lojas, o outro lado, dos consumidores, está muito mais analítico na hora de gastar o seu dinheiro. "Por impulso eu não vou sair comprando não", diz o músico Diego de Oliveira e Silva. "Tem algumas lojas que estão mais baratas, que podem até não ter muita variedade grande de produtos, mas o preço é menor." Em sua segunda vez na BGS, o baterista de 27 anos afirma que o segredo para economizar na feira de videogames é "dar uma garimpada" e andar bastante antes de comprar qualquer coisa. "A ideia é sempre pesquisar para não ter que comprar na primeria loja que você encontrar o que quer", conta.
Também adepta da "arte do garimpo", Renata Moreira, que estava acompanhada do filho Lorenzo de 12 anos, diz que a BGS apresentou alguns preços acima da média. "Tem alguns itens que estão com um valor bem salgado", diz. "Acho que não precisava ser tão caro, levando em consideração a situação do Brasil, da economia, podia ser algo mais acessível." Embora a quantia seja bem acima do esperado, Renata também pondera quanto à precificação dos itens fora da feira. Segundo ela, é preciso analisar se o produto dentro do evento está com o mesmo preço ou mais barato do que seria encontrado em outros locais comericiais. "Tem que pensar muito, não dá para comprar por impulso, senão a gente sai mais pobre do que já veio (risos)."
Enquanto uns andam pelos estandes à procura do melhor preço para determinado produto, outros adotam a estratégia de esperar até o último minuto. É o caso do estudante de Educação Física João Kleber Alves. "Eu percebi na última vez que eu vim na BGS ano passado, eu percebi que no sábado e no domingo o preço começa a cair um pouco", diz. Segundo Alves, a missão de conseguir adquirir novos itens colecionáveis neste ano vai depender do quanto o valor diminuirá até o final da feira. "Eu sempre venho com um orçamento definido, ainda não comprei nada, mas tudo está bem caro."