Parlamento da Grécia deve decidir sobre resgate nesta quarta
Medidas são necessárias para a concessão de mais um pacote de ajuda financeira
O Parlamento da Grécia tem até a meia-noite desta quarta-feira (14) para aprovar projetos de lei essenciais para o país conseguir um terceiro pacote de resgate financeiro.
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A Grécia e seus credores, como o Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), chegaram a um acordo na última segunda-feira (13) para a concessão da ajuda, estimada em 86 bilhões de euros em três anos. Atenas prometeu adotar uma série de medidas de austeridade e implementar reformas econômicas, apesar do governo de Alexis Tsipras ter prometido, quando foi eleito no início do ano, a não se curvar aos credores.
Tsipras reconheceu na terça-feira que o acordo é um texto que ele não acreditava, mas que o assinou para "evitar um desastre para o país", já que a Grécia está à beira de um default. Na semana passada, a nação deu um calote de 1,6 bilhão de euros ao FMI.
A oposição e até membros dentro do partido de Tsipras, o Syriza, ameaçam votar contra as reformas no Parlamento, furiosos com o acordo. No entanto, em uma pesquisa divulgada pelo jornal "To Vima" nesta quarta-feira, 51,5% dos gregos disseram ver o acordo com os credores como "positivo", enquanto 70% acreditam que o Parlamento deve aprovar as reformas, apesar de reconhecerem que elas são "duras".
Mesmo com a derrota de Tsipras nas negociações, o premiê mantém uma opinião positiva entre 58,8% da população. Além da instabilidade política, um relatório do FMI obtido e divulgado pelo jornal "Financial Times" aumentou a tensão sobre o acordo com a Grécia. Segundo o documento de mais de três páginas, o qual teria sido enviado pela instituição financeira às autoridades europeias, o FMI poderia não aderir ao novo plano de resgate. O relatório fala que a dívida grega avança velozmente e que Atenas não conseguirá cumprir suas promessas.
Enquanto isso, o Parlamento de outros países europeus, como Espanha e França, também analisam nesta quarta-feira o plano de resgate acordado com Atenas. A Comissão Europeia propôs a liberação de 7 bilhões de euros do Mecanismo de Estabilidade Financeira (ESM) para Atenas pagar seus compromissos, entre eles a parcela do FMI.