Pequenos brechós são fonte de renda para mulheres empreendedoras
Estudo do Sebrae-MG apresenta o perfil e impacto dos negócios, além de trazer inspirações e tendências para quem empreende
Pesquisa do Sebrae-MG mostra que o mercado de brechós tem crescido em Minas Gerais, com tendências como comércio online e redes sociais.
O mercado de brechós tem crescido nos últimos anos, assegurando emprego e renda para as famílias e valorizando práticas sustentáveis e a economia circular. Pensando nisso, o Sebrae-Minas Gerais realizou uma pesquisa sobre o segmento que mostra o perfil e tendências desse mercado. Minas Gerais é o segundo estado brasileiro em número de pequenos brechós, atrás apenas de São Paulo. As proprietárias dos brechós são majoritariamente mulheres: elas são 94% do total, e a maioria se encaixa na categoria MEI.
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Quais as tendências e desafios para os pequenos brechós
Com foco na gestão do segmento, o estudo do Sebrae buscou conhecer estratégias de vendas, aquisição de estoque, precificação e marketing. Uma tendência é aliar o comércio físico e o online: quase seis a cada dez donas de pequenos negócios do segmento já operam com lojas físicas e online simultaneamente. As redes sociais são utilizadas por 86% dos respondentes.
O comércio online traz praticidade e conveniência: “Conquistar novos clientes é sempre um desafio para os empreendedores, o que os motiva a buscar variadas opções de canais de vendas. Os números mostram que há uma tendência significativa de expansão múltipla das plataformas, com o objetivo de maximizar o alcance e a conveniência tanto para os vendedores quanto para os consumidores”, destaca a analista do Sebrae Minas Tábata Moreira.
Já entre os principais desafios apontados pelos pesquisados estão a aquisição de clientes (47%) e a compra de estoque de qualidade (41%). Em seguida, estão questões de gestão financeira (33%) e controle e organização de estoque (32%).
A pesquisa também aponta para uma estabilidade nos negócios, sendo que grande parte (52%) tem acima de três anos. Do restante, 16% dos entrevistados trabalham com os empreendimentos de cinco a oito anos e 13% estão no negócio há mais de oito. Somente 16% se encontram nesse tipo de atividade há menos de um ano, enquanto 31% dos respondentes apontaram que trabalham nos brechós de um a três anos. “O ramo de brechós sempre teve uma dinâmica ao longo dos anos, com muitas entradas novas, mas se tornou uma base estável de operações a longo prazo”, comentou Moreira.
Estados com maior número de brechós*:
São Paulo: 7.133
Minas Gerais: 2.650
Rio de Janeiro: 2.035
Rio Grande do Sul: 1.805
Santa Catarina: 1.254
Paraná: 1.931
Bahia: 462
Perfil dos brechós Mineiros*:
2.650 pequenos negócios
2.141 MEI (80,55%)
467 microempresas (17,57%)
42 empresas de pequeno porte (1,58%)
* Levantamento feito pelo Sebrae-MG com dados da Receita Federal
Clientes valorizam qualidade e produtos de marca
A pesquisa inédita também abordou o comportamento dos consumidores na aquisição de peças de roupas dos brechós. Para 61% dos entrevistados, a preferência pelo mercado de usados é devido à qualidade das peças. Outros 27% compram pela possibilidade de terem acesso a roupas de grife.
(*) Mariana Rodrigues é jornalista com especialização em economia.