Perda de energia entre geração e distribuição chega a 15%
Apesar de ser um dos países que mais gera energia renovável no mundo, o Brasil ocupa uma posição desfavorável quando o assunto é o desperdício. Um estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), entidade ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, indica que a cada 100 KW de energia gerada no Brasil, 15 KW se perdem entre a geração e o consumo. A taxa é bem mais elevada do que em outros países (até 7%).
Estas perdas envolvem as chamadas perdas técnicas, que é o montante de energia dissipada entre o suprimento e o ponto de entrega, e as perdas comerciais, advindas de desvios de energia e erro nos processos de faturamento das distribuidoras. A obsolescência dos aparelhos de medição também é apontada como um dos fatores que contribuem com as perdas comerciais de energia.
O CGEE atribui a alta taxa de perdas às ligações clandestinas, também chamadas de "gatos". Estima-se que os prejuízos causados pela prática chegarão a R$ 8 bilhões ao sistema elétrico brasileiro em 2012. As empresas de energia investem constantemente no combate a este problema, e em breve elas contarão com a ajuda das redes inteligentes que serão instaladas no País. Este sistema, que ainda está em estágio inicial, permitirá informar em tempo real estas perdas energéticas e preparar a suspensão do fornecimento. As alterações que o furto de energia introduzem no circuito elétrico serão percebidas imediatamente pela nova tecnologia, que aponta inclusive o local da ocorrência.
As redes inteligentes também permitirão aos consumidores controlarem os seus gastos diariamente. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a população atuará como pequenos geradores de fontes alternativas de energia. Podendo utilizar painéis solares, por exemplo, e vender o excedente para a distribuidora.
Além da energia, outro importante insumo que sofre alto nível de desperdício no País é a água. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, de cada 100 litros coletados, apenas 64 chegam à casa do brasileiro. As perdas são ocasionadas por falta de políticas eficientes e claras de gestão de recursos hídricos e de esgoto no país, segundo a entidade.
Economídia
Especial para o Terra