Petrobras aprova dividendos extraordinários de R$ 20 bi; União fica com R$ 7,3 bi
Além dos dividendos, a Petrobras divulgou oficialmente o primeiro plano de negócios da gestão da presidente Magda Chambriard, que manteve o foco na exploração e produção de petróleo
RIO - A Petrobras anunciou nesta quinta-feira, 21, o pagamento de mais R$ 20 bilhões em dividendos extras aos acionistas. Com isso, a estatal já pagou R$ 64,17 bilhões em remuneração este ano. A decisão do conselho de administração da companhia libera os recursos que haviam sido retidos no ano e foram um dos motivos que culminaram na demissão do Jean Paul Prates da presidência da petroleira.
Dona de 36,6% do capital da Petrobras, via Tesouro, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar, a União já soma R$ 23,46 bilhões em dividendos da Petrobras este ano (dos R$ 20 bi, sua fatia é de R$ 7,32 bi). Os investidores ainda devem receber um pagamento de ordinário referente ao resultado do quarto trimestre de 2024, a ser anunciado no início de fevereiro. Em 2023, a Petrobras distribuiu R$ 94,4 bilhões, o que inclui R$ 22 bilhões em dividendos extraordinários.
Segundo a Petrobras, o pagamento está alinhado à "Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que a Petrobras poderá realizar a distribuição de remuneração extraordinária aos acionistas, desde que a sustentabilidade financeira da Companhia seja preservada".
Além dos dividendos, a Petrobras divulgou oficialmente o primeiro plano de negócios da gestão da presidente Magda Chambriard, que manteve o foco na exploração e produção de petróleo.
A cifra anunciada foi de US$ 111 bilhões (R$ 645,3 bi, ao câmbio desta quinta-feira, 21) para o período de 2025-2029, em linha com o planejamento anterior, representando uma alta de 8,8% no valor a ser investido. Desse total, a área de Exploração e Produção de petróleo e gás natural segue com a maior fatia do total, US$ 77 bilhões (quase 70%), contra os US$ 73 bilhões previstos para os cinco terminados em 2028.
Somente para exploração, segmento fundamental para que a estatal encontre novas reservas e garanta a produção de 3,2 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), a estatal reservou US$ 7,9 bilhões, acima dos 7,5 bilhões anteriores.
Petrobras continua aguardando licença ambiental para explorar a bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.
Energia limpa
A petroleira também elevou os investimentos em descabonização. Os recursos destinados para esta área somaram US$ 16,2 bilhões, acima dos US$ 11,5 bilhões plano anterior.
"Com aumento dos investimentos em transição energética e a diversificação do portfólio, de forma responsável e rentável, a companhia está se preparando para as rotas dessa transição", diz na nota.
Refino
Já a área de Refino, Transporte, Comercialização vai receber US$ 20 bilhões, acima dos US$ 17 bilhões do plano anterior. Para isso, a Petrobras prevê ampliação da produção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e também expansões em refinarias já existentes. Já a produção prevista para o Complexo de Energias Boaventura (ex-Gaslub, ex-Comperj) só começa no ano final do plano, em 2029. Entre 2025 e 2029, a capacidade de refino da empresa vai subir de 1,813 milhões de barris por dia (bpd) para 2,105 milhões de bpd.
Como será o pagamento de dividendos
A estatal detalha que, para os detentores de ações negociadas na B3, o pagamento da parcela única será feito em 23 de dezembro de 2024. Já os detentores de ADRs receberão o pagamento a partir de 3 de janeiro de 2025.
Será considerada a posição acionária do dia 11 de dezembro para os detentores de ações negociadas na B3 e 13 de dezembro para ADRs negociados na New York Stock Exchange (NYSE). As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 a partir de 12 de dezembro de 2024.