Petrobras deve ampliar prazo para venda de refinarias, diz fonte
A Petrobras deverá ampliar mais uma vez o prazo para a assinatura de acordos de confidencialidade junto a interessados em um processo aberto pela companhia para a venda de 60 por cento de sua participação em ativos de refino e logística no Nordeste e Sul do país, disse uma fonte com conhecimento do assunto nesta semana.
Uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski nesta semana, exigindo que o Congresso aprove todos os programas de vendas de empresas controladas pelo Estado, lançou um novo obstáculo ao esforço para vender as refinarias, que já vinha sofrendo com pouco interesse de potenciais compradores.
A Petrobras não respondeu aos pedidos de comentários.
O atual prazo para potenciais interessados assinarem os acordos de confidencialidade termina na próxima segunda-feira, mas a fonte disse que isso poderia ser prorrogado.
Em um comunicado ao mercado em 18 de junho, a Petrobras informou que cinco empresas haviam assinado acordos de confidencialidade. Mas, geralmente, a assinatura desses acordos apenas permite mais acesso a informações detalhadas sobre os ativos à venda e não sinaliza interesse firme.
A Reuters publicou no mês passado que a decisão da Petrobras de cortar os preços do diesel, em resposta a um protesto dos caminhoneiros no mês passado, assustou potenciais compradores da refinaria.
O grupo brasileiro Ultrapar, a Cosan SA Indústria e Comércio e a Cepsa SA, empresa de energia controlada pelo fundo soberano Mubadala Development Co, estão entre as cinco empresas que assinaram acordos de confidencialidade, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
Outra fonte disse que a Petrobras espera que mais investidores assinem acordos de confidencialidade antes de passar para a próxima fase do processo de venda das refinarias.
Apesar da decisão de Lewandowski, uma terceira fonte dentro da petroleira disse que a empresa ainda pretende vender as refinarias e está trabalhando para concluir o processo, conforme aprovado pelo Conselho.
As parcerias incluiriam duas refinarias (Abreu e Lima e Landulpho Alves) e cinco terminais no Nordeste, onde a capacidade de processamento é de 430 mil barris por dia (bpd), enquanto no Sul, cuja capacidade de processamento é de 416 mil bpd, seriam duas refinarias (Alberto Pasqualini e Presidente Getulio Vargas) e cinco terminais.
Cada um dos dois grupos de ativos que a Petrobras colocou à venda tem lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1 bilhão de dólares, de acordo com uma quarta fonte com conhecimento do processo.