Petrobras informa que vai apreciar balanço de 2014 no dia 22
Resultados auditados do terceiro trimestre foram atrasados em função das denúncias de corrupção envolvendo a estatal, investigadas pela operação Lava Jato
A Petrobras informou nesta segunda-feira que seu Conselho de Administração vai se reunir no dia 22 de abril para apreciar as demonstrações contábeis auditadas do 3º trimestre e do ano de 2014, e que espera divulgá-las após a decisão do Conselho.
A publicação das demonstrações auditadas, amplamente esperada pelo mercado, estão atrasadas por conta das dificuldades da empresa em calcular as perdas contábeis relativas às irregularidades apontadas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, que apura um esquema de corrupção na estatal.
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"A companhia espera divulgar essas demonstrações contábeis ao mercado, após a decisão do Conselho de Administração", disse em fato relevante.
A Operação Lava Jato investiga fraudes e pagamentos de propinas em contratos de empreiteiras com a petroleira, que poderiam ter inflado o valor dos ativos.
Um dos fatores que atrasou a publicação foi a própria metodologia para calcular as perdas. O auditor independente PriceWaterhouseCoopers(PwC) negou-se assinar no ano passado o balanço do terceiro trimestre, que foi divulgado em janeiro sem o aval externo.
Os recursos de sobrepreços de contratos com empreiteiras, segundo as investigações, foram canalizados para partidos políticos, incluindo PT, disseram os promotores.
A Petrobras disse anteriormente que tem pelo menos até o final de maio para divulgar o balanço anual auditato, para evitar que os credores peçam o pagamento antecipado das dívidas. De acordo com as regras do órgão regulador de mercados dos Estados Unidos(SEC), o resultado deve ser divulgado até o final de abril. Mas após essa data, disse a Petrobras anteriormente, a empresa ainda tem de 30 a 60 dias, dependendo de contratos de dívidas, para cumprir essa obrigação.
As ações preferenciais da Petrobras terminaram em alta de 3,81 por cento nesta segunda-feira, e as ordinárias subiram 4,99 por cento. Mas apesar de terem subido mais de 25 por cento neste ano, ainda acumulam perda de cerca de 50 por cento ante o pico alcançado no início de setembro do ano passado.