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Petrobras investirá R$ 120 milhões em florestas de olho em mercado de crédito de carbono

Segundo executivo da companhia, empresa não vai esperar que 'solução venha de Brasília' e decidiu entrar voluntariamente nesse mercado

11 jul 2022 - 14h49
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RIO - O diretor de relações institucionais da Petrobras, Rafael Chaves, disse há pouco que a Petrobras vai atuar no mercado de crédito de carbono tanto pelo lado da demanda quanto da oferta. Segundo Chaves, nos próximos anos, a companhia prevê investir R$ 120 milhões em soluções de captura de carbono focadas em florestas. Ele participou, nesta segunda-feira, 11, do painel online "Soluções baseadas na natureza para captura de carbono", pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Chaves disse ainda que empresas do porte da Petrobras não podem esperar pelo mercado regulado de créditos de carbono e devem atuar no mercado voluntário. "A gente não pode ficar esperando o que o regulador vai fazer. Podemos cobrar de governos, mas não podemos ficar esperando que a solução venha de Brasília. Eu acredito em soluções de mercado (para o problema ambiental)", disse Chaves.

O leque de ações da Petrobras, disse Chaves, passa por iniciativas de reflorestamento, preservação e ações que miram comunidades locais no sentido de geração de renda associada à proteção florestal - casos de manejo florestal e remuneração de serviços ambientais.

Pouco mais de 40% desse esforço financeiro para o meio ambiente da Petrobras (R$ 50 milhões) será feito no âmbito do programa Floresta Viva, já lançado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na COP-26, em Glasgow, na Escócia.

As chamadas públicas para financiamento de projetos de reflorestamento têm como meta alcançar R$ 500 milhões para reflorestar até 33 mil hectares de todos os biomas brasileiros. Metade do montante será aportado pelo BNDES em linha com os aportes de empresas, como a Petrobras, que se comprometeu com o investimento de R$ 50 milhões ao longo de cinco anos.

A operacionalização dos projetos da Petrobras dentro do Floresta Viva vai ser feita pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que Chaves descreveu como uma associação civil com histórico de 25 anos e mais de 400 projetos ambientais na carteira. O Funbio também vai auxiliar os demais investidores do Floresta Viva.

O restante do investimento da Petrobras, R$ 70 milhões, será pulverizado em outras frentes. Chaves citou projetos de geração de renda para comunidades locais, como a coleta e comercialização de castanhas do Pará, financiamento de cisternas para agricultura familiar na caatinga e preservação de recursos hídricos na Mata Atlântica.

Limitando emissões

O diretor reconheceu que a Petrobras atua para limitar as emissões de suas operações, como as emissões associadas a sua atividade fim, de produção de petróleo e refino de combustíveis, mas que as iniciativas não são suficientes para limpar toda a cadeia, o que traz consigo a necessidade de neutralizar emissões por meio de projetos ambientais.

Segundo o diretor da Petrobras, o Brasil está em posição vantajosa para a compensação de emissões de carbono no mundo via proteção de florestas, guardando 20% desse potencial. Para ele, somadas as potencialidades para geração de energia renovável, o Brasil tem perfil não só para bater com facilidade as metas previstas do acordo de Paris, de zerar emissões até 2050, como também passar à "emissão negativa", exportando possibilidades de captura para outros países e empresas.

Estadão
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