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'Petrobras não é agência de desenvolvimento', diz ministro de Minas e Energia após redução de preços

14 out 2016 - 16h27
(atualizado às 16h32)
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Ministro justificou redução de preços de combustível afirmando que empresa deve seguir lógica de mercado
Ministro justificou redução de preços de combustível afirmando que empresa deve seguir lógica de mercado
Foto: Agência Câmara

Diante de uma plateia lotada de empresários e investidores em Londres, o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, afirmou nesta sexta-feira que a decisão da Petrobras de reduzir o preço de gasolina e diesel nas refinarias é uma prova de que a estatal está disposta a seguir a lógica do mercado baseada em oferta e demanda.

Na declaração do ministro, está embutida uma crítica direta à gestão do PT à frente da estatal. Por mais de uma vez, a Petrobras controlou preços para tentar conter o aumento da inflação.

"A Petrobras não é uma agência de desenvolvimento, é uma empresa de petróleo. Deve tomar decisões que façam sentido para ela e seus acionistas", afirmou Coelho Filho, em evento na London Business School, na capital inglesa.

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A Petrobras anunciou nesta sexta um novo plano para o preço dos combustíveis.

A redução do preço cobrado das distribuidoras começa a valer a partir da 0h deste sábado (15). Será de 3,2%, para a gasolina e de 2,7% para o diesel.

Para o consumidor, contudo, o tamanho da queda do preço depende do valor a ser repassado aos postos. Estima-se que o combustível fique cerca de R$ 0,05 mais barato na bomba.

Popularidade

No mesmo evento, em conversa com jornalistas, Moreira Franco, secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, salientou que a medida mostra que a Petrobras "está retomando sua autonomia".

"Não é para ser uma medida popular, é uma medida de negócio. Ela (Petrobras) quer vender", afirmou Moreira Franco, após ser questionado se a decisão de reduzir os preços podia ser encarada como iniciativa a melhorar a popularidade do governo.

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"Antes, (a Petrobras) manipulava os preços. Você tinha uma empresa com ação em bolsa e conselho que praticava política de preços para servir ao governo e por isso chegou onde chegou", afirmou Moreira Franco, citando a prática empregada na gestão petista.

Por mais de uma vez a Petrobras congelou o preço do combustível para controlar o aumento da inflação. Tal medida atraia críticas de analistas econômicos, que associavam a iniciativa aos problemas econômicos da estatal.

"A Petrobras voltou a ser uma empresa. Não está compromissada com a inflação, (está) compromissada com o resultado dela", salientou Moreira Franco, dizendo que a estatal segue a regra de mercado fundamentada em oferta e demanda.

Um dos motivos que levaram a empresa a decidir reduzir os preços, de acordo com a própria Petrobras, foi o aumento recente da importação de combustível por outras empresas. O cálculo do custo do combustível foi alterado para que o preço caísse nas refinarias.

Comitiva do governo brasileiro tenta atrair investidores estrangeiros e convencê-los que turbulência no Brasil já passou
Comitiva do governo brasileiro tenta atrair investidores estrangeiros e convencê-los que turbulência no Brasil já passou
Foto: BBC Brasil

Tour por investimentos

O ministro de Minas e Energia e o secretário-executivo do PPI integram comitiva do governo brasileiro que tenta atrair investidores estrangeiros e convencê-los que o período de turbulência no Brasil já passou. Eles, que já passaram por Portugal, passarão ainda pelo Japão.

Como parte do otimista discurso oficial, os representantes do Brasil têm prometido que, a partir de agora, o país está empenhado em não gastar mais do que se arrecada e em garantir segurança jurídica mantendo regras de concessões e privatizações.

Mesmo com a promessa de que a economia é a grande prioridade desse governo, investidores ainda estão desconfiados.

Muitos preferem esperar para verificar, antes de começar a investir, se as promessas - em especial sobre reformas - serão de fato cumpridas.

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