Petrobras (PETR4): CVM abre processo para investigar notícias; entenda
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu nesta quinta-feira (4) um processo administrativo para investigar divulgações de notícias sobre a Petrobras (PETR4), que passou o dia sendo alvo de especulações sobre troca no comando e distribuição de dividendos extraordinários.
A autarquia, porém, não informa quais informações são alvo do processo da Petrobras, que trata da supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados. Em geral, esse tipo de processo questiona a demora de empresas em se posicionar sobre notícias que impactam o valor das ações, informou o jornal Folha de S. Paulo.
Na quinta-feira (4), os papéis da Petrobras operaram em forte oscilação na B3 (B3SA3). Eles chegaram a abrir em alta, passaram a cair com especulações sobre eventual demissão do presidente da estatal, Jean Paul Prates, mas depois voltaram a subir após notícias de que o governo chegou a um acordo para distribuir dividendos extraordinários retidos em março.
Por fim, as ações preferenciais da Petrobras terminaram o dia em queda de 1,41%, cotadas a R$ 37,88, enquanto as ações ordinárias de Petrobras caíram 0,46%, a R$ 39,12.
Segundo comunicado divulgado no fim da tarde de quinta-feira (4), a Petrobras informou que não há decisão quanto à distribuição de dividendos extraordinários da empresa. A petroleira informou ainda que essa medida só deve ser tomada após assembleia com acionistas, prevista para acontecer no dia 25 deste mês.
A Petrobras informou ainda que seu conselho de administração apresentou à assembleia geral ordinária (AGO) uma proposta de destinar o valor de R$ 43,9 bilhões, correspondente ao lucro remanescente do exercício de 2023, para ser integralmente alocado na reserva de remuneração do capital.
Até recentemente, a direção da empresa informou que diante da ausência de previsão de prejuízo no curto ou médio prazo, a reserva destinada aos R$ 43 bilhões em dividendos extraordinários da Petrobras seria direcionada para a remuneração dos acionistas.
Embora os R$ 43,9 bilhões não possam ser utilizados para outros propósitos, especialistas acreditam que a retenção desses fundos tem um efeito positivo para a empresa ao aumentar sua reserva de liquidez. Isso significa que a Petrobras terá mais recursos disponíveis, reduzindo as incertezas no mercado.
De acordo com um levantamento realizado pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), a Petrobras se destacou como a petroleira que mais distribuiu dividendos aos seus acionistas em 2023, quando comparada a outras cinco grandes empresas do setor: Chevron, BP, Total, Shell e Exxon Mobil.
Enquanto a Petrobras pagou um total de US$ 20,28 bilhões em dividendos, a segunda colocada, que foi a Exxon (EXXO34), distribuiu US$ 14,95 bilhões aos seus acionistas.