Petrobras prioriza cortes de carbono enquanto Equinor mira renováveis no Brasil
A Petrobras vai investir em tecnologias para reduzir a pegada de carbono de suas atividades de extração de petróleo, e não deve realizar aportes em energias renováveis nos próximos cinco anos, disse nesta terça-feira o presidente-executivo da estatal.
Roberto Castello Branco já afirmou diversas vezes que a Petrobras não possui vantagem comparativa em renováveis e que diversas metas ambientais estabelecidas por suas rivais europeias são fantasiosas.
As declarações do executivo nesta terça contrastaram com comentários feitos mais cedo pelo CEO da Equinor, Anders Opedal, em uma conferência da indústria petrolífera, na qual afirmou que a companhia norueguesa busca oportunidades em energia eólica "offshore" no Brasil.
Opedal fez referência, durante a Rio Oil & Gas, a um memorando de entendimento assinado em 2018 por Equinor e Petrobras na busca por projetos eólicos "offshore" no país.
O memorando não resultou em nenhum projeto potencial até o momento, e as falas de Castello Branco sugerem que é improvável que isso venha a acontecer.
"Nós não esperamos investir um dólar em renováveis nos próximos cinco anos", disse Castello Branco, ao comentar o plano de negócios de cinco anos da empresa, atualizado recentemente, em uma apresentação a analistas e investidores.
A Petrobras está levando a sério a redução das emissões por outros meios, como o estudo do uso de navios movidos a hidrogênio, mesmo para rotas longas, afirmou em apresentação à parte o diretor-executivo de Comercialização e Logística da petroleira, André Chiarini.
Castello Branco disse ainda que é provável que a Petrobras venda sua unidade de transporte e dutos "offshore" de gás natural por meio de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) no terceiro trimestre de 2021.
Essa estimativa, porém, pode mudar, em parte porque o possível IPO requer um acordo com outros acionistas.