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Petroleiros iniciam greve apesar de proibição da Justiça

Categoria declara apoio a caminhoneiros e quer renúncia de presidente da Petrobras

30 mai 2018 - 05h42
(atualizado às 08h28)
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Federação Única dos Petroleiros mantém paralisação de 72 horas em solidariedade ao movimento dos caminhoneiros. Na véspera, o Tribunal Superior do Trabalho concedeu liminar proibindo a greve. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), porém, confirmou via Facebook e Twitter o início do paralisação nesta quarta-feira (30/05).

Em comunicado divulgado no começo da madrugada, o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, afirmou que a categoria não se intimidará e que a greve em refinarias, terminais e plataformas será mantida. Ele criticou a decisão do Tribunal.

"A Justiça do Trabalho está agindo como a justiça do capital. Esse é o papel que ela tem cumprido ao longo dos últimos anos", declarou o líder petroleiro. Além de prestar solidariedade aos caminhoneiros, o novo movimento pede a renúnciado presidente da Petrobras, Pedro Parente.

Apesar de ameaça de multa de R$500 mil, petroleiros mantêm greve em plataformas, refinarias e terminais
Apesar de ameaça de multa de R$500 mil, petroleiros mantêm greve em plataformas, refinarias e terminais
Foto: DW / Deutsche Welle

"O principal ponto que eles colocam é o fato de a greve ser política. A primeira coisa que os ministros do TST tinham que se perguntar é como eles chegaram ao Tribunal. Foi através de indicação política. O fato de Pedro Parente estar destruindo a Petrobrás é uma decisão política. Tudo em nossa vida gira em torno da política", afirmou Rangel.

A FUP comunicou que trabalhadores não entraram para trabalhar nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).

Também não houve troca dos turnos da zero hora nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR). Além disso, na Bacia de Campos, as informações iniciais eram de que os trabalhadores também aderiram à greve em diversas plataformas. O movimento prossegue nesta quarta-feira, quando estão previstas paralisações nas demais bases do sistema Petrobras.

Segundo a FUP, também serão realizados nesta quarta-feira atos e manifestações em apoio aos petroleiros e contra a política de preços imposta pelo presidente da Petrobras. A entidade acusa Parente de "gerar uma escalada de aumentos abusivos no gás de cozinha e nos combustíveis".

"Eles queriam que a gente visse o desmonte que a Petrobras está sofrendo e morrêssemos igual carneiro, com as lágrimas escorrendo? Nós não vamos fazer isso", declarou Rangel.

Multa de R$ 500 mil

Na véspera, a ministra Maria de Assis Calsing, do TST, decidiu proibir o início da greve dos petroleiros que trabalham em refinarias da Petrobras. A liminar foi concedida a pedido de Advocacia-Geral da União (AGU).

Para a AGU, a greve dos petroleiros, em meio ao quadro de desabastecimento provocado pela paralisação de caminhoneiros, trará prejuízos gravíssimos à sociedade, tendo em vista o potencial para prejudicar o abastecimento do mercado interno de gás natural, petróleo e seus derivados.

Ao analisar o caso, a ministra entendeu que a greve seria abusiva e "realizada para incomodar". Pela decisão, os sindicatos dos grevistas deverão pagar multa diária de 500 mil reais em caso de descumprimento e também estão impedidos de travar o trânsito de mercadorias e pessoas nas refinarias.

"É potencialmente grave o dano que eventual greve da categoria dos petroleiros irá causar à população brasileira, por resultar na continuidade dos efeitos danosos causados com a paralisação dos caminhoneiros", considerou a ministra.

"Beira o oportunismo a greve anunciada, cuja deflagração não se reveste de proporcionalidade do que poderia, em tese, ser alcançado com a pauta perseguida e o sacrifício da sociedade para a consecução dos propósitos levantados", acrescentou.

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