Petróleo fecha em forte alta após ataques na Arábia Saudita
Os contratos futuros de petróleo encerraram a segunda-feira em forte alta, no primeiro dia de negociações em pregões físicos após os ataques de drones a instalações da refinaria Saudi Aramco, a maior petrolífera do planeta.
O petróleo WTI para outubro fechou em alta de 14,67%, a US$ 62,90 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro subiu 14,61%, a US$ 69,02 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Os ataques a instalações de produção de petróleo na Arábia Saudita impulsionaram rapidamente os contratos futuros de petróleo a níveis não vistos desde maio, na medida em que investidores avaliam que os atentados podem levar a uma queda na oferta da commodity energética.
Os bombardeios levaram à redução de cerca de metade da capacidade produtiva da Arábia Saudita, ou aproximadamente 5,7 milhões de barris na produção diária de petróleo.
No fim do pregão, relatos das agências Reuters e Bloomberg, de que a produção da Saudi Aramco pode ser normalizada somente dentro de semanas ou até mesmo de meses, ofereceram condições para que o petróleo avançasse ainda mais, extrapolando os 15% de alta e chegando ao salto intraday mais alto desde 2008.
Autoridades da Arábia Saudita, no entanto, afirmaram mais cedo que a petrolífera pretendia restaurar cerca de um terço da produção afetada até o fim desta segunda-feira.
Pela manhã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a autorizar o uso das reservas estratégicas de petróleo do país, se necessário.
O secretário americano de Energia, Rick Perry, disse que está "pronto" para fazê-lo, mas não deu detalhes se de fato aplicaria a medida. Trump, ainda, sugeriu que o Irã estaria por trás do ataque, o que não está confirmado.
O ING afirma que os estoques extras da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de seus aliados não serão "suficientes nem de perto" para compensar a queda na produção saudita. Como o UBS comenta em outro relatório, porém, ainda pode ser muito cedo para identificar quando a oferta se normalizará.
A Capital Economics, por sua vez, pondera que os ataques são mais um vento contrário para a economia global em momento já de incertezas sobre seu ritmo e, consequentemente, para a demanda pelo óleo.