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Petróleo fecha em queda forte, de olho em Rússia-Ucrânia e chance de maior oferta

14 mar 2022 - 16h17
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, nesta segunda-feira, 14. O movimento já ocorria no início do dia, em meio a esforços diplomáticos para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia, e se acentuou após a Agência Internacional de Energia (AIE) solicitar que países produtores liberem mais barris a fim de conter os preços. Além disso, as dificuldades nas negociações com o Irã estiveram em foco.

O petróleo WTI para abril fechou em baixa de 5,78% (-US$ 6,32) ,a US$ 103,01 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para maio caiu 5,12% (-US$ 5,77), a US$ 106,90 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Assessor da presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak afirmou que têm ocorrido conversas diárias por vídeo com autoridades da Rússia. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse estar disposto a se reunir com o russo, Vladimir Putin, mas após um eventual cessar-fogo.

A Rystad Energy afirma que os preços do óleo refletem expectativas positivas sobre as negociações. Ao mesmo tempo, a consultoria nota que a Rússia tem intensificado sua ofensiva nos últimos dias e diz que resultados positivos "estão longe de ser algo garantido". A perspectiva de uma ruptura nessas conversas "continua a representar um risco substancial de alta para os preços do petróleo e gás", alerta ela.

Além da perspectiva de que o diálogo prossiga, os contratos passaram a recuar mais após o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, pedir que países produtores ampliem a oferta. Ele disse que a AIE pode liberar ainda mais óleo, além dos 62 milhões de barris já anunciados, caso as condições "se mantiverem ou piorarem".

A Eurasia diz que, após movimentos fortes recentes, os preços do petróleo parecem mais estabilizados, com o Brent rondando os US$ 110 o barril. A consultoria, porém, considera que há espaço para novos saltos no óleo, caso a Rússia seja alvo de mais sanções dos Estados Unidos e da Europa. Ainda segundo a Eurasia, a relutância da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em elevar mais a produção implica um risco, já que isso pode ser interpretado como uma posição pró-Rússia, no contexto atual. A Rússia faz parte da aliança entre a Opep e alguns aliados, a Opep+.

Ainda no noticiário, as dificuldades nas negociações com o Irã seguem em foco. As conversas foram paralisadas no fim da semana passada, após exigências da Rússia. Os EUA afirmam que não pretendem ceder em alguns pontos a Moscou, em troca do pacto com Teerã. Commerzbank diz que a retomada ou não do diálogo nos próximos dias dependerá da reação do governo russo à posição dos demais países, sobretudo de Washington. Caso se concretize o acordo, Teerã poderá ampliar suas exportações.

O TD Securities afirma ainda que episódios de violência no Oriente Médio reforçam temores geopolíticos. Por ora, operadores do setor têm também estado atentos a sinais de que os Emirados Árabes Unidos sugeriram de que o Golfo Pérsico poderia elevar sua produção, embora o ministro de Energia do país tenha logo tirado peso da mensagem, segundo o TD, que também cita o quadro na guerra em solo ucraniano, nas negociações com o Irã e a chance de os EUA aliviarem sanções contra a Venezuela como focos importantes do mercado neste momento.

Estadão
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