PETRÓLEO-Preço nos EUA fecha semana com queda de quase 5%; Brent cai 2,7%
Os contratos futuros do petróleo negociados nos Estados Unidos caíram 4 por cento nesta sexta-feira, em meio a discussões entre a Arábia Saudita e a Rússia sobre a possibilidade de amenizar os cortes de oferta que ajudaram a impulsionar os preços da commodity para suas máximas em mais de três anos recentemente.
O recuo desta sexta-feira respondeu por quase toda a perda do petróleo nos EUA na semana, de 4,9 por cento, maior perda semanal desde o início de fevereiro, em uma acentuada reversão após seis semanas de ganhos.
Ao final da sessão desta sexta-feira, o petróleo dos EUA caiu 2,83 dólares, a 67,88 dólares por barril, bem abaixo da máxima desde novembro de 2014 vista na última segunda-feira, quando tocou 72,33 dólares o barril.
Já o petróleo Brent recuou 2,35 dólares, ou 3 por cento, fechando a 76,44 dólares por barril nesta sexta-feira, após superar 80 dólares o barril na semana passada, também o maior valor desde novembro de 2014. O Brent cedeu 2,7 por cento na semana.
As reduções nas cotações ocorreram após os ministros de energia dos países líderes de mercado, Rússia e Arábia Saudita, reunirem-se em São Petersburgo para revisar os termos do pacto de oferta global de petróleo, que está em vigor há 17 meses, antes de uma importante reunião da Opep em Viena no mês que vem.
Os ministros, junto com o colega dos Emirados Árabes Unidos, discutiram um aumento na produção de cerca de 1 milhão de barris por dia, disseram fontes à Reuters.
O ministro de energia russo disse que os ministros de petróleo dos países-membros e aliados da Opep devem decidir reduzir paulatinamente as restrições à produção na próxima reunião.
"Após atingir aquele nível de 80 dólares, que é um nível psicológico, nós estávamos vendo um pouco de recuo ontem, e a retórica da Arábia Saudita e da Rússia só exacerbou a liquidação de hoje", disse Matt Smith, diretor de pesquisa de commodities na ClipperData.
Os estoques globais de petróleo caíram no último ano por causa dos cortes liderados pela Opep, impulsionados ainda por uma redução drástica na produção venezuelana. A perspectiva de possíveis novas sanções sobre o Irã após Trump deixar um acordo nuclear internacional com Teerã também apoiou as cotações nas últimas semanas.