Philip Morris mira em ser uma ação ESG na Bolsa, diz presidente-executivo ao Financial Times
Fabricante do Marlboro está apostando em alternativas de nicotina menos prejudiciais, o que pode levar a empresa a ser classificada como ESG, segundo Jacek Olczak
O executivo-chefe da Philip Morris International (PMI), Jacek Olczak, afirmou ao jornal "Financial Times" que a fabricante de cigarros (e dona de marcas como Marlboro e L&M) está traçando um caminho para oferecer ações ESG na Bolsa de Valores. A iniciativa é parte de um esforço para reconquistar investidores que têm evitado comprar ações da empresa devido às políticas de exclusão do tabaco.
A PMI vendeu 621 bilhões de cigarros em todo o mundo no ano passado, mas o grupo de tabaco tem como meta obter metade de suas receitas a partir de produtos considerados de risco reduzido até 2025, segundo a reportagem.
Olczak destacou que 10% de sua remuneração a longo prazo agora está vinculada a metas ESG, mas criticou as convenções ESG que haviam excluído a PMI nos últimos anos. Em relação aos produtos, ele disse que a PMI está "na vanguarda do relato sobre a metodologia (...), sobre a transparência e sobre a avaliação de materialidade", mas reconheceu que outras áreas, como trabalho infantil nas cadeias de suprimento do tabaco, prejudicaram a avaliação ESG da PMI.
Por muito tempo, diversos investidores na Europa se recusaram a apoiar empresas de tabaco, argumentando que isso ia contra suas políticas ESG. Mas há um debate sobre se o desinvestimento é a melhor maneira de limpar empresas "sujas": "Existe uma escola de pensamento diferente, que está ganhando cada vez mais força, que é se você exclui, você abre mão da capacidade de impactar a direção em que o ativo, a empresa irá", disse Olczak ao Financial Times. /Com informações do Financial Times.