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PIB de 19 "Brasis": 1% mais rico do mundo ampliou fortuna em US$ 42 trilhões na última década

Super-ricos conseguiram aumentar suas fortunas em 34 vezes mais que os 50% mais pobres do mundo no mesmo período, aponta estudo da Oxfam

25 jul 2024 - 17h07
(atualizado às 17h26)
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"Sinto até hoje os impactos da privação de anos na forma como administro meu dinheiro", afirma colunista
"Sinto até hoje os impactos da privação de anos na forma como administro meu dinheiro", afirma colunista
Foto: DW / Deutsche Welle

A última década foi próspera para o 1% mais rico do planeta, que conseguiu aumentar suas fortunas em 42 trilhões de dólares (R$ 236,6 trilhões) - o equivalente a mais de 19 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que em 2023 foi de 2,17 trilhões de dólares, segundo dados do Banco Mundial. O valor é ainda 34 vezes superior ao reunido no mesmo período pelos 50% mais pobres do mundo.

Os dados são da Oxfam e foram divulgados nesta quinta-feira (25/07), mesma data em que ministros das Finanças do G20 se reúnem no Rio de Janeiro para discutir a taxação dos super-ricos.

Descontada a inflação, a ONG afirma que o 1% mais rico enriqueceu em média 400 mil dólares na última década, enquanto que a metade mais pobre do mundo acumulou 335 dólares no mesmo período.

A entidade alerta que os bilionários "têm pago uma taxa de imposto equivalente a menos de 0,5% de sua riqueza" em todo o mundo enquanto o mundo mergulha em "níveis obscenos" de desigualdade, com o resto do planeta disputando "migalhas".

"A parcela da renda do 1% mais rico nos países do G20 aumentou em 45% ao longo de quatro décadas, enquanto as taxas máximas de imposto sobre suas rendas foram reduzidas em aproximadamente um terço", afirma a Oxfam, atribuindo a queda na arrecadação junto aos mais ricos ao que chamou de "guerra contra a tributação justa". Segundo ela, impostos sobre a riqueza respondem hoje por menos de oito centavos de cada dólar arrecadado em receita tributária nos países do G20.

Ministros das Finanças do G20 reunidos no Rio de Janeiro

O Brasil, que ocupa a presidência rotativa do G20, grupo que reúne 80% do PIB global - e, segundo a Oxfam, quase quatro em cada cinco bilionários -, fez da taxação dos super-ricos uma prioridade em seu mandato e tenta avançar em reuniões nesta quinta e sexta-feira com uma proposta para combater a evasão de impostos entre bilionários.

"Essa semana será o primeiro teste de fogo para os governos do G20. Eles têm a vontade política para estabelecer um padrão global que coloque as necessidades da maioria antes da ganância de uns poucos da elite?", questionou o chefe de política de desigualdade da Oxfam International, Max Lawson.

França, Espanha, África do Sul, Colômbia e a União Africana apoiam a agenda brasileira, mas não os Estados Unidos, que são a maior economia do planeta. A Alemanha já sinalizou apoio à proposta no passado, mas enviou um representante à reunião desta quinta do Ministério das Finanças, gerido pelo liberal Christian Lindner (FDP), que dispensou a ideia taxando-a de "irrelevante".

Secretária do Tesouro americano, Janet Yellen afirmou nesta quinta que seu país não vê necessidade de negociar um acordo internacional nesse sentido, mas que apoia a taxação progressiva, em que ricos pagam mais e pobres, menos. "É muito difícil coordenar política fiscal globalmente", declarou a jornalistas no Rio. "Pensamos que todos os países deveriam se assegurar de que seus sistemas fiscais são justos e progressivos."

O economista francês Gabriel Zucman, que presta consultoria tributária ao G20, calcula que a taxa de impostos para bilionários equivalha a 0,3% de suas riquezas. Em um relatório recente encomendado pelo G20, o especialista recomendou a imposição de um tributo sobre 2% das fortunas.

ra (AFP, ots)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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