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Piloto de drone, 'pentester', líder de 'live streaming': veja quais são as profissões do futuro

Acelerada pela pandemia, transformação digital impulsiona atividades ligadas à tecnologia, desde o desenvolvimento até tarefas de análise, e leva profissionais a dar guinada na carreira

24 out 2021 - 14h04
(atualizado em 25/10/2021 às 11h16)
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Wagner Delbaje era piloto comercial e instrutor de voo; Thabata Dornelas se formou em Direito; e Maurício Batista fez faculdade de Engenharia Civil. Do ano passado para cá, os três decidiram dar uma guinada na vida profissional e trabalhar em áreas bem diferentes de suas formações. Em comum, escolheram vagas que estão na lista das profissões do futuro. Delbaje virou piloto de drone; Thabata, desenvolvedora "front-end" (que faz páginas na web); e Batista, um "business operation" - função que trabalha com a gestão de negócios com base em dados e fatos.

O movimento dos três profissionais atende a um mercado que não para de crescer, sobretudo após a pandemia. Com a transformação digital acelerada dentro das empresas, algumas funções ganharam mais importância e outras foram criadas. A maioria está ligada, de alguma forma, à tecnologia, seja na análise de dados, no desenvolvimento de programas, no marketing digital ou nas vendas online.

"Essas profissões trazem um viés tecnológico grande e estão ligadas à transformação digital", diz Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half Brasil, que acaba de lançar o Guia Salarial 2022 e traz as carreiras do futuro em vários setores. Muitas delas envolvem a produção, coleta e análise de dados em diferentes esferas. São profissões que exigem do candidato um alto nível de interpretação e análise de dados para aplicação no dia a dia das empresas.

A lista da Robert Half inclui funções pouco conhecidas pela população, mas em alta no mercado, como o líder de "live streaming", que coordena transmissões ao vivo; o "pentester", responsável pela segurança de dados; e o "people analytics", que faz a coleta e análise de dados para gestão de pessoas; além dos desenvolvedores de programas - profissionais que hoje valem "ouro".

O lado negativo é que já há uma escassez dessa mão de obra e uma disputa muito forte entre empresas pelos profissionais, o que acaba elevando o valor dos salários. Mas esse é um problema que aflige não só o Brasil como todo o mundo, diz Luciano Montezzo, da 99Hunters. Exemplo disso, é que tem sido uma tendência multinacionais buscarem profissionais de tecnologia no Brasil.

"A disputa tem sido assustadora. A má notícia é que as coisas vão piorar", diz o presidente da startup Bornlogic. Segundo ele, diante da concorrência com grandes empresas, conseguir conquistar os profissionais exige uma boa estratégia, com a criação de um propósito, uma cultura de autonomia dos trabalhadores e remuneração atraente.

Agenda de decisões

Nas profissões mais recentes, a oferta de mão de obra é ainda mais restrita e, em alguns casos, o nível de qualificação abaixo dos requisitos das empresas, diz Leonardo Berto, gerente da operação da Robert Half. "A agenda de decisões baseada em dados no nível de hoje é relativamente nova no País", completa ele, explicando a escassez de mão de obra.

Além disso, as faculdades não estão preparadas para formar esses profissionais do futuro. Muitas vezes o conhecimento é adquirido em cursos de curto e médio prazos ou quando as empresas praticamente "adotam" o profissional para formá-lo. "Cada vez mais, há uma desconexão com a graduação tradicional. Currículo e formação não vão vir mais em primeiro lugar numa contratação", afirma Diogo Forghieri, diretor da Randstad do Brasil.

Essa tendência tem incentivado os profissionais a se reposicionarem no mercado, como foi o caso de Thabata Dornelas. Ela fez Direito influenciada pela família, mas durante o curso já entendeu que não era exatamente naquilo que gostaria de trabalhar. Apesar disso, concluiu a faculdade e entregou o diploma para a mãe.

Foi numa startup que ela descobriu o gosto pela tecnologia. Durante algum tempo, transitou por várias áreas até começar a notar o trabalho de um colega desenvolvedor. "Fiquei muito interessada no trabalho dele e resolvi fazer um curso de um ano, bem puxado. Com oito meses, consegui um emprego na área", diz ela, que mora em Belo Horizonte (MG) e trabalha em home office.

Para Wagner Delbaje, a mudança representou a recolocação no mercado de trabalho. Piloto comercial e instrutor de voos, ele ficou praticamente sem emprego durante a pandemia. Mas a notícia de que a agência reguladora havia autorizado testes para delivery por drones o fez se movimentar. Procurou uma empresa de drones, se apresentou e conseguiu um emprego. "Trouxe a experiência da aviação tripulada para a aviação não tripulada", disse ele, que se mudou de Piracicaba para Franca para seguir essa nova profissão.

Estadão
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