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Piora em relação EUA-China faz Ibovespa fechar abaixo dos 100 mil pontos

8 out 2019 - 18h22
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Após passar a maior parte do dia instável, alternando pequenas altas e baixas, o Ibovespa sucumbiu no fim da tarde ao aprofundamento das perdas das bolsas em Nova York e não apenas se firmou em terreno negativo como furou o piso psicológico dos 100 mil pontos. Ao desconforto com o ambiente político local, em meio às negociações pela cessão onerosa e eventual atraso na tramitação da reforma da Previdência, somaram-se temores de um recrudescimento da guerra comercial sino-americana.

A onda vendedora no fim da tarde veio após o secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, anunciar restrição de vistos a autoridades chinesas e familiares. Foi o que bastou para azedar as expectativas para o encontro bilateral entre China e EUA, que começa na quinta-feira, 10.

Com os índices acionários em Nova York amargando perdas superiores a 1%, o Ibovespa não resistiu e, após marcar mínima aos 99.867,59 pontos, terminou o dia aos 99.981,40 pontos, em queda de 0,59%. A última vez em que o índice havia encerrado a sessão abaixo dos 100 mil pontos havia sido em 3 de setembro (99.680,83 pontos). Com o tombo desta terça-feira, o Ibovespa já perde 2,51% na semana e acumula desvalorização de 4,55% em outubro.

Operadores observam que a perda de força do índice veio acompanhada de uma movimentação abrupta do Ibovespa futuro para outubro, cujos negócios foram interrompidos pontualmente pela B3 por volta das 16h, após o contrato perder rapidamente cerca de mil pontos. Depois de um leilão de cerca três minutos, as negociações foram retomadas, e o índice voltou a trabalhar sem grandes oscilações.

Segundo operadores, o tombo do Ibovespa futuro para outubro estaria ligado à zeragem de posições e ajustes técnicos já relacionados ao vencimento de opções sobre o Ibovespa, no próximo dia 16. Houve comentários a respeito da possibilidade de disparada automática de ordens em massa por "robôs" que operam com base em algoritmos.

"Foi algo pontual, bem rápido. Rapidamente, o mercado voltou à normalidade. Não chegou a ter grande impacto no mercado à vista", afirma Luiz Roberto Monteiro, operador sênior da corretora Renascença, ressaltando que o mercado talvez tenha se dado conta de que talvez não haja progresso nas negociações sino-americanas.

Mais cedo, os EUA haviam anunciado a inclusão de 28 empresas chinesas à chamada "lista de entidades", por supostas violações a direitos humanos.

"O mercado está sem força e volume. Enquanto não houver uma sequência de notícias positivas, não vejo como o índice possa voltar a ter tendência de alta", afirma Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. "Com esse aumento da incerteza lá fora, devemos ver uma maior volatilidade na bolsa."

Entre as blue chips, o desempenho mais negativo foi dos papéis ON da Vale (-1,56%) e ON da Ambev (-1,43%). As ações da Petrobras apresentaram forte instabilidade e até chegaram a operar em leve alta, mas terminaram o pregão no vermelho (PN caiu 0,57% e ON, -0,63%). Os papéis de bancos também foram abalados pela onda vendedora do fim do dia. Depois de trabalhar em alta a maior parte da sessão, a ação PN do Itaú caiu 0,43% e a PN do Bradesco, 0,09%. O pior desempenho ficou com a ON do Banco do Brasil (-1,80%).

Estadão
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