Pix já é o 2º meio de pagamento mais aceito em e-commerces
Estudo mostra que modalidade tem potencial para chegar a 92% de aceitação
O Pix continua seu crescimento meteórico e já é o segundo meio de pagamento mais aceito pelo e-commerce brasileiro. A modalidade tem agora uma adesão de 78%, mesmo percentual do boleto, de acordo com a edição de julho de 2022 do Estudo de Pagamentos Gmattos.
Pela avaliação da Gmattos, consultoria que identifica tendências na agenda dos pagamentos online no país, a aceitação do Pix tem potencial para chegar a 92% ― considerando o segmento de lojas que ainda não operam com essa forma de pagamento, mas que aceitam algum tipo de recebimento à vista (débito bandeira ou banco, ou boleto).
Vale observar que a escalada do Pix vem sendo acompanhada pela consultoria desde a primeira edição do Estudo de Pagamentos Gmattos, de janeiro de 2021. Na ocasião, o Pix era o quinto do ranking, aceito por 16,9% dos comércios virtuais no Brasil, enquanto a aceitação do boleto era de 74,6%. Na edição de maio de 2022, enquanto o boleto ostentava uma aceitação de 76,3%, o Pix atingia 74,6%. Em julho, ambos parearam nos 78%.
Incentivo para quem vai pagar com Pix
O sucesso é tamanho que muitos empreendedores com comércio online incentivam seus clientes a usarem o Pix como meio de pagamento, muitas vezes oferecendo descontos que vão de 3% a 10%. Isso foi observado em 24% das lojas que aceitam a modalidade, um tipo de estratégia que vem se tornando cada vez mais comum, segundo o levantamento.
Em maio de 2022, 20% das lojas ofereciam descontos para pagamento com Pix, ante 14% em março. Descontos para pagamentos com boletos, por sua vez, foram detectados em 9% das lojas na edição de maio do estudo.
Mas não pense que a tendência é que o Pix vá acabar com os boletos. Das lojas que aceitam a modalidade de pagamento instantâneo, 82,6% mantêm a aceitação do boleto, ao passo que 34,8% permanecem atuando com algum tipo de débito (bandeira ou banco).
“Fica claro que o Pix se tornará a forma preponderante de pagamento à vista para os lojistas”, analisa Gastão Mattos, cofundador e CEO da Gmattos.
Os e-wallets estão chegando
Merece menção também o fato de wallets já aparecerem em quarto lugar no ranking dos meios de pagamento no comércio eletrônico. Eles apresentaram ligeira oscilação positiva entre maio e julho ― de 45,8% para 47,5%. A novidade do mês foi o NuPay, inserido pelo Nubank para ofertar parcelamentos diferenciados aos seus clientes.
No quinto lugar, continua o modelo em débito, com 30%, sustentado, principalmente, pela aceitação da modalidade débito banco e mais precisamente pelo Débito Virtual da Caixa Econômica Federal ― com claro foco em ser uma opção de consumo para os beneficiados do auxilio emergencial do governo.
Se desconsiderássemos o CEF Virtual, a aceitação do débito consolidado cairia de 30,5% para 22%, e a do débito banco, de 18,6% para 10,2%. O débito bandeira está estacionado na faixa de 15% nos últimos meses.
O eterno líder continua na frente
A liderança do ranking continua absoluta nas mãos do cartão de crédito, com 98,3% de aceitação. No entanto, a dinâmica dessa oferta tem sofrido grandes transformações no que se refere ao parcelamento sem juros.
Em julho último, 15,3% das lojas ofereciam o parcelamento em 12 vezes sem juros, enquanto a oferta exclusiva de cartões em 1 parcela foi observada também em 15,3% das lojas. Esses perfis não sofreram alteração em relação à medição de maio passado.
A consultoria informa que passa agora também a monitorar o BNPL (Buy Now, Pay Later), dada a crescente relevância na aceitação dessa forma de parcelamento alternativo, fora das bandeiras e cartões de crédito, operada via bancos de varejo, crediário próprio de lojas ou fintechs que se lançaram com essa proposta de valor.
Neses modelo, 15,5% das lojas já ofereciam algum tipo de parcelamento do tipo BNPL em julho de 2022. As ofertas nesse grupo foram através de bancos e crediário próprio (8,5%) e via fintechs (7% dos casos).
A edição de julho do Estudo de Pagamentos Gmattos analisou 59 lojas online de destaque no mercado brasileiro, dos mais diversos segmentos, as quais, juntas, representam 85% do comércio eletrônico do país.