Plano de saúde, leite e passagem aérea puxam nova alta da inflação
IPCA volta a acelerar e fica em 0,67% em junho e acumula um aumento de 11,89% em 12 meses
A inflação voltou a acelerar em junho, e ficou em 0,67%, depois de ter recuado para 0,47% em maio. Com esse resultado, o IPCA acumula alta de 5,49% no ano e 11,89% em 12 meses. Já são 10 meses consecutivos em que a inflação, em 12 meses, está acima dos dois dígitos.
De acordo com o IBGE, três itens se destacaram no mês passado e puxaram o IPCA para cima. Os planos de saúde deram uma contribuição de 0,1 ponto porcentual no índice, com uma alta de 2,99% no mês. O leite longa vida teve uma contribuição de 0,09 ponto porcentual, após acumular um aumento de 10,72% em junho. Já as passagens aéreas, que subiram 11,32% no mês, deram uma contribuição de 0,06 ponto porcentual para o IPCA.
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variação positiva no mês passado, segundo o Instituto. A maior variação foi do grupo Vestuário, com alta de 1,67%. O grupo Alimentação e Bebidas subiu 0,8%. O grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve alta de 1,24%, e os transportes subiram 0,57%.
O grupo Habitação, que havia registrado queda de 1,7% em maio, passou para alta de 0,41% em junho. Os demais grupos ficaram entre o 0,09% de Educação e o 0,55% de Artigos de residência.
O resultado do grupo Alimentação e Bebidas, ainda de acordo com o IBGE, foi influenciado pela alta dos alimentos para consumo fora do domicílio, que subiram 1,26%. A refeição passou de 0,41% no mês anterior para 0,95% em junho, enquanto o lanche foi de 1,08% para 2,21%. A nota do instituto aponta ainda que houve alta em alguns alimentos para consumo no domicílio (0,63%), como o leite longa vida (10,72%) e o feijão-carioca (9,74%).
"No lado das quedas, houve recuo expressivo nos preços da cenoura (-23,36%), que já haviam caído em maio (-24,07%). Outros alimentos importantes na cesta de consumo dos brasileiros tiveram redução de preços, a exemplo da cebola (-7,06%), da batata-inglesa (-3,47%) e do tomate (-2,70%)", diz o IBGE.
O grupo Transportes desacelerou em relação a maio (1,34%), influenciado pelo resultado dos combustíveis (-1,20%). Enquanto os preços da gasolina caíram 0,72%, o recuo nos preços do etanol foi mais intenso (-6,41%). Por outro lado, segundo o IBGE, houve aumento do óleo diesel (3,82%) e do gás veicular (0,30%). "A maior variação (11,32%) e o maior impacto positivo (0,06 ponto porcentual) dentro do grupo vieram das passagens aéreas, cujos preços já haviam subido em maio (18,33%). Em 12 meses, as passagens aéreas acumulam alta de 122,40%", diz a nota.