PMIs sinalizam riscos para indústria da China
O lento setor industrial da China deve passar por um período "cruel", com duas pesquisas nesta semana apontando para um novo nível de pessimismo entre os fabricantes que lutam contra a demanda baixa, sinalizando riscos para o crescimento econômico no segundo semestre de 2024.
Uma pesquisa do setor privado com gerentes de compras de 650 indústrias privadas e estatais, publicada nesta quinta-feira, constatou que as condições operacionais do setor se deterioraram pela primeira vez em nove meses, com queda de novos pedidos.
O Índice Gerentes de Compras (PMI) do Caixin/S&P Global para o setor industrial caiu para 49,8 em julho - abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração - em comparação com 51,8 no mês anterior. Essa foi a leitura mais baixa desde outubro do ano passado e ficou abaixo da previsão de analistas de 51,5.
A pesquisa, que acompanha principalmente as empresas voltadas para a exportação, veio na esteira de do PMI oficial, abrangendo empresas maiores, que também mostrou redução no fluxo de pedidos e preços fracos.
A pesquisa do Caixin atribuiu a queda do PMI à primeira redução no volume de novos pedidos em um ano, com os entrevistados citando demanda fraca e reduções orçamentárias dos clientes.
Os dados dos subsetores indicaram que a queda no volume de novos pedidos afetou principalmente os bens de investimento e intermediários, enquanto o setor de bens de consumo observou uma ligeira expansão em julho.
O setor industrial como um todo pode estar entrando em um "verão cruel", depois que os dados oficiais do PMI na quarta-feira apontaram para um impulso econômico fraco em julho, disse o Citi Research. O crescimento da produção industrial no mês passado pode ter desacelerado para 4,8% em relação ao ano anterior, de 5,3% em junho, e os preços de fábrica podem ter ampliado as quedas, acrescentou.
"As questões mais proeminentes ainda são a demanda doméstica efetiva insuficiente e o fraco otimismo do mercado", disse Wang Zhe, economista do Caixin Insight Group, pedindo esforços políticos para estabilizar o crescimento.
Alguns fabricantes reduziram os preços de venda para sustentar as negociações em meio ao aumento da concorrência, segundo a pesquisa.
O nível de emprego ficou estável, já que a taxa de perda de empregos não se alterou em relação a junho, permanecendo em território contracionista por 11 meses.
A segunda maior economia do mundo não cumpriu as previsões de crescimento no segundo trimestre e enfrenta pressões deflacionárias, com as vendas no varejo e as importações apresentando um desempenho significativamente inferior ao da produção industrial e das exportações.