Política monetária tem de ser "vigilante", diz Tombini
Presidente do Banco Central afirmou que a autoridade monetária tem atuado para garantir que a inflação vá para a trajetórias de metas
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quarta-feira, em evento em São Paulo, fechado à imprensa, que a autoridade monetária tem atuado para garantir que a inflação vá para a trajetória de metas, voltando a ressaltar que os efeitos da política monetária são cumulativos e que é necessário permanecer "especialmente vigilante".
"O BC tem agido para assegurar sua convergência [da inflação] à trajetória de metas", afirmou Tombini, segundo assessoria de imprensa do BC, ressaltando que "os efeitos da política monetária são cumulativos e se manifestam com defasagens".
Pela manhã, foi divulgado que o IPCA acelerou um pouco mais do que o esperado em fevereiro, com alta de 0,69%, influenciado sobretudo pela alta nos preços de educação.
O número corroborou a visão do mercado de que o BC elevará mais uma vez a Selic em abril em 0,25 ponto percentual, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente, a 11%.
Tombini repetiu os argumentos que já vêm sendo colocados há algum tempo, como na última ata do Copom, a qual informou que a inflação continuava mostrando resistência, indicando nova alta na taxa básica de juros.
Tombini disse ainda que o ritmo de crescimento em 2014 deve se manter em patamar próximo ao de 2013. Ele voltou a avaliar que o cenário externo passa por um "período de transição", puxada pela recuperação dos Estados Unidos.
Para o presidente do BC, "o aumento da volatilidade nos mercados internacionais é reflexo desse processo de realinhamento de preços relativos, fenômeno que não deve ser confundido com vulnerabilidade".
Tombini defendeu que o Brasil tem "robustos fundamentos econômicos e financeiros" e informou que, em fevereiro, houve ingresso líquido de US$ 9,2 bilhões em renda fixa, bolsa e Investimento Estrangeiro Direto (IED). "E tais fluxos continuam fortes nos primeiros dias úteis de março".
"O Brasil tem respondido a esse período de transição e maior volatilidade nos mercados financeiros de forma clássica, com ajuste de políticas macroeconômicas e flexibilidade cambial", acrescentou.