Poste Italiane estuda investimento na Telecom Italia em meio ao interesse de rivais
A Poste Italiane está considerando um possível investimento na Telecom Italia (TIM), disseram duas pessoas com conhecimento do assunto, e o antigo monopólio telefônico também atrai o interesse da rival Iliad e do fundo de private equity CVC Capital Partners.
A forte concorrência de preços há muito tempo vem corroendo as margens de lucro das operadoras de telecomunicações italianas e restringindo sua capacidade de fazer os investimentos necessários, daí a necessidade de consolidação.
Fontes disseram à Reuters na sexta-feira que o grupo francês de telecomunicações de baixo custo Iliad e a CVC informaram separadamente o governo italiano sobre seus respectivos interesses em possíveis acordos com a TIM.
A Poste, apoiada pelo Estado, que oferece serviços de telefonia móvel por meio da Poste Mobile, também está avaliando se qualquer parceria comercial em potencial poderia ser fortalecida por meio de um investimento em ações.
Ainda não foi tomada nenhuma decisão, disseram as fontes, e a TIM não consta da agenda oficial de uma reunião da diretoria da Poste marcada para esta segunda-feira, acrescentou uma delas. Entretanto, uma segunda pessoa disse que o assunto poderia ser discutido nesta segunda-feira.
A Itália inclui a TIM entre os ativos corporativos estratégicos para o país, e o investidor estatal Cassa Depositi e Prestiti (CDP) possui uma participação de 9,8% na TIM.
Uma maneira possível de a Poste investir na TIM seria assumir a participação da CDP, disseram as duas pessoas.
A CDP, que é o segundo maior investidor da TIM, depois do grupo de mídia francês Vivendi, não quis comentar. A Vivendi também está disposta a se desfazer de sua participação de 24% na TIM, disseram fontes à Reuters.
A Poste seria um investidor apoiado pelo Estado, como a CDP, mas teria a vantagem de administrar um negócio que se presta a parcerias comerciais com a TIM.
A preços de mercado atuais, a participação da CDP na TIM vale mais de 450 milhões de euros (US$464 milhões). As ações da TIM foram negociadas acima dos níveis atuais quando a CDP investiu no grupo em 2018-2019, o que a expõe a uma perda de capital em uma possível alienação.
