Preço da refeição subiu 48% desde 2019, mas vale-refeição não acompanhou
Pesquisa da Pluxee revela que, em 2024, o vale-refeição tem durado, em média, apenas 11 dias
O valor do vale-refeição dura em média apenas 11 dias entre janeiro e julho de 2024, enquanto o custo das refeições aumentou significativamente. Trabalhadores buscam alternativas para esticar o valor do benefício.
De acordo com um levantamento realizado pela Pluxee, parceira global em benefícios e engajamento de colaboradores, o valor do vale-refeição durou, em média, apenas 11 dias entre janeiro e julho de 2024. Paralelamente, uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) revelou que os custos das refeições aumentaram significativamente neste ano.
Para garantir uma refeição completa em 2024, incluindo prato principal, suco e sobremesa, o trabalhador brasileiro precisa desembolsar, em média, R$ 51,61. Esse cenário demonstra que uma parte considerável do salário mensal do trabalhador está sendo destinada para complementar a refeição.
A pesquisa da Pluxee também revelou uma queda contínua na durabilidade do vale-refeição ao longo dos últimos anos. Em 2019, antes da pandemia, o benefício durava, em média, 18 dias, cobrindo quase todos os 22 dias úteis de trabalho.
“Após a pandemia, com a inflação dos preços dos alimentos, bem como o aumento nos custos de aluguel, salários e encargos, água, luz, transporte, entre outros, tornou-se cada vez mais difícil para o trabalhador fazer com que seu vale-refeição durasse. Em 2022, esse período caiu para apenas 13 dias; em 2023, reduziu-se ainda mais, para 11 dias, e permaneceu assim até 2024, conforme nosso levantamento. Vemos uma melhora no cenário econômico, mas, ainda assim, o setor alimentício segue em recuperação”, comenta Guilherme Carl, diretor comercial da Pluxee.
Ao mesmo tempo, a ABBT destaca que o custo de se alimentar fora de casa aumentou significativamente ao longo dos últimos anos. Em 2019, o trabalhador pagava, em média, R$ 34,85 por uma refeição completa popular. Após a pandemia, em 2022, esse valor subiu para R$ 40,64. Em 2023, os preços continuaram a subir, chegando a R$ 46,60, e em 2024, o custo de uma refeição completa atingiu R$ 51,61. Isso representa um aumento de 48,09% em comparação com os valores de 2019.
Nesse contexto, Guilherme aborda as estratégias adotadas pelos trabalhadores para esticar o valor do vale-refeição: “Diante do aumento dos preços das refeições e do vale-refeição que não acompanhou esse crescimento, os trabalhadores têm buscado alternativas para economizar na hora do almoço durante o expediente. Uma pesquisa realizada pela Pluxee, envolvendo mais de 4.300 trabalhadores, revelou que as opções mais populares são os buffets com preço fixo, escolhidos por 33% dos entrevistados, onde é possível comer à vontade com previsibilidade no custo, e os restaurantes por quilo, também com 33% das preferências, que permitem personalizar uma refeição mais saudável, ajustar a quantidade e escolher opções que agradem ao paladar, tudo isso pagando um pouco menos.”
Recorte regional
Ao analisar a duração do vale-refeição por estado, observamos variações significativas em todo o Brasil. Roraima registra a menor duração, com o benefício durando apenas 8 dias, 3 dias a menos do que a média nacional.
Logo em seguida, aparecem os estados do Acre, Alagoas, Mato Grosso, Pará e Piauí, onde o vale-refeição dura apenas 9 dias. Nos estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins, o benefício se estende por 10 dias.
Os estados onde o vale-refeição tem a mesma duração da média nacional, de 11 dias, são Bahia, Goiás, Espírito Santo e Paraíba. Já nos estados com uma duração superior à média nacional, de 12 dias, encontramos Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Pernambuco, Paraná, Rondônia e Santa Catarina.
Por fim, nos estados do Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, o vale-refeição dura 13 dias, enquanto Minas Gerais se destaca com a maior duração, alcançando 14 dias.
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