Presidente da Boeing diz que atualização de software do 737 MAX funciona como esperado
O presidente-executivo da Boeing afirmou nesta quinta-feira que uma atualização de software projetada para evitar desastres como os que ocorreram nas quedas de dois aviões 737 MAX está funcionando, com cerca de dois terços dos clientes do avião já tendo visto o conserto em simuladores.
Em seu primeiro discurso público desde a queda do 737 MAX operado pela Ethiopian Airlines, que matou 157 pessoas em 10 de março, o presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, afirmou que testes adicionais devem ocorrer nas próximas semanas.
A Boeing, que enfrenta a maior crise em anos logo após concluir a operação de compra da divisão de aviação comercial da brasileira Embraer mais cedo neste ano, está desenvolvendo uma atualização do software que ficou sob a mira de autoridades de aviação após a queda do avião da Ethiopian e da queda do 737 MAX operado pela Lion Air, que matou 189 pessoas em 29 de outubro.
A maior fabricante de aviões do mundo está sob pressão para convencer clientes dos aviões MAX e autoridades do setor de aviação de que a aeronave é segura para voltar a voar. As operações com o jato foram suspensas em todo mundo em março.
"A atualização de software funcionou como esperado", disse o presidente-executivo da Boeing, sem indicar quando a companhia vai apresentar a solução para revisão por autoridades internacionais. Esta etapa deve durar cerca de 90 dias.
A Boeing está trabalhando para resolver uma falha que ocorre quando um software separado é integrado no sistema e que foi descoberta durante uma avaliação interna.
A investigação inicial mostrou que o sistema antiestol do 737 é ativado por dados errados gerados por falha em um importante sensor de fluxo de ar e que isso é "tem relação com uma longa cadeia de eventos" vinculados com a queda das duas aeronaves, disse Muilenburg em um fórum de lideranças na cidade norte-americana de Dallas.
"É nossa responsabilidade eliminar este risco", disse o executivo.
Na semana passada, a Boeing cortou a produção mensal do 737 em quase 20 por cento, sinalizando que a empresa não espera que autoridades de aviação liberem voos da aeronave em breve.