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Presidente da Petrobras é 'quase um ministro' e tem de ter relação próxima com Lula, diz Haddad

Ministro da Fazenda afirmou que troca no comando da estatal foi uma escolha pessoal do presidente da República, sem interferência de ministros

17 mai 2024 - 16h34
(atualizado às 16h59)
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Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Foto: REUTERS/Adriano Machado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 17, que o presidente da Petrobras é "quase um ministro" e que precisa ter uma relação muito próxima com o presidente da República, já que é a maior companhia do País e estratégica para o Brasil. Ele comentou a demissão de Jean Paul Prates do comando da estatal e as repercussões da saída no valor da companhia, tema sobre o qual disse estar atento.

"O presidente da Petrobras, regra geral, é quase um ministro. É uma pessoa que tem que ter uma relação muito próxima com o presidente da República. É a maior companhia do País, ela é estratégica por várias razões, então é natural que possa haver uma troca a depender do julgamento do chefe do Executivo", disse.

Segundo Haddad, os ministros do governo procuram auxiliar Lula quando são chamados, mas afirmou que a mudança na Petrobras foi "uma escolha do presidente da República". "Eu mesmo fui chamado para dirimir a questão dos dividendos, que na minha opinião foi bem resolvida. A Fazenda está participando mais, com assento no conselho", afirmou.

Questionado sobre ter sido consultado a respeito da troca do comando da estatal, Haddad disse que sabia da intenção da mudança desde que os rumores começaram a circular na imprensa.

"Eu próprio não participei. Uma coisa é você opinar, falar o que você pensa. Outra coisa é a escolha do nome. Aí é uma escolha do presidente da República, como foi em todas as ocasiões em que o Lula presidiu o Brasil. Sempre foi uma escolha muito pessoal dele, sem interferência de ministro, como nesse caso também aconteceu. Ao contrário do que foi veiculado, não houve interferência de ministros, foi uma escolha pessoal dele", reforçou.

Haddad também reiterou que a Petrobras sempre registrou avanços nas gestões de Lula e que o presidente reconhece a importância da companhia para o País.

Orçamento

Haddad disse que não acredita que serão divulgados novos bloqueios no Orçamento na próxima semana, quando o governo divulgará o boletim de avaliação de receitas e despesas do 2º bimestre. No documento anterior, divulgado em março, o governo precisou fazer um bloqueio de R$ 2,9 bilhões para cumprir o limite de gastos.

"Eu acredito que não. Estamos fechando o bimestre", disse. Questionado sobre o impacto das medidas de ajuda ao Rio Grande do Sul, ele disse que o impacto no primário é menor que o global.

"A renegociação da dívida não tem impacto primário, não afeta o primário. O Minha Casa, Minha Vida terá impacto primário. As medidas de crédito anunciadas na próxima semana não terão. O impacto primário da calamidade é extra teto, não afeta a execução orçamentária em relação ao País", destacou.

O ministro também reiterou que, apesar do cenário mais complexo com a tragédia no Rio Grande do Sul, o governo seguirá perseguindo a meta fiscal zero e ponderou que muito vem sendo feito para a melhoria do quadro fiscal. Ele apontou que a inflação que resvalava em dois dígitos não voltará a se repetir e que ela será trazida para a meta, que é de 3%.

Estadão
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