Presidente da Telecom Italia diz que vender ativos é necessário para cortar dívidas
A Telecom Italia precisa vender ativos para reduzir sua dívida, disse seu chefe nesta quarta-feira, após a venda de sua rede de telefonia fixa ao banco estatal Cassa Depositi e Prestiti (CDP) ser suspensa pelo novo governo italiano.
O acordo, parte de um projeto para criar uma empresa de rede italiana unificada combinada com a unidade de banda larga Open Fiber do CDP, é um ponto central da estratégia do presidente-executivo Pietro Labriola de dividir a Telecom Italia em várias unidades e reduzir sua dívida de 25 bilhões de euros.
"Não podemos resolver o problema da dívida da Telecom Italia organicamente, precisamos vender ativos", disse Labriola durante uma conferência do setor em Roma.
A administração da primeira-ministra Giorgia Meloni iniciará na quinta-feira negociações com os principais investidores da Telecom Italia, Vivendi e CDP, para identificar "as melhores opções favoráveis ao mercado" para a empresa.
O governo quer garantir o controle da rede da Telecom Italia, um ativo considerado de importância estratégica, para criar um player de banda larga somente no atacado, disse o subsecretário de gabinete Alessio Butti no evento.
Labriola, sob pressão para revisar sua estratégia, tem sondado o interesse dos investidores nos ativos do antigo monopólio de telefonia, trabalhando em particular com o fundo norte-americano KKR, enquanto se prepara para qualquer resultado das negociações dentro do governo, disseram fontes à Reuters na semana passada.
A KKR manteve conversas exploratórias com oficiais do governo sobre um plano, que prevê um veículo incluindo o CDP ou outra entidade estatal e o fundo dos Estados Unidos comprando uma participação de 51% na rede de acesso da Telecom Italia, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
A Telecom Italia teve uma reunião com representantes da Global Infrastructure Partners para discutir um potencial investimento na rede fixa, disse uma fonte com conhecimento do assunto nesta quarta-feira.
O governo ainda precisa encontrar uma posição comum sobre a Telecom Italia, disseram autoridades.