Presidente do BC relata a sindicatos abertura do governo para diálogo sobre reajuste salarial
Presidente do BC levou demandas da categoria, inclusive de recomposição salarial, a encontros com Esther Dweck e Simone Tebet, mas sem detalhar porcentuais de aumento
BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, relatou aos sindicatos que representam os servidores do BC, em reunião na tarde desta sexta-feira, 3, abertura do governo para o diálogo sobre as pautas da categoria, inclusive o reajuste salarial, apurou o Estadão/Broadcast.
Nesta semana, logo após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, 1º, Campos Neto se reuniu com a ministra da Gestão, Esther Dweck, responsável pelo RH do Estado, e com a ministra do Planejamento, Simone Tebet - os dois compromissos incluídos na agenda no mesmo dia.
Nos encontros, o presidente do BC levou as demandas da categoria, inclusive de recomposição salarial, mas sem detalhar porcentuais de aumento. Segundo interlocutores, Campos Neto disse aos sindicatos hoje que ficou com uma "boa impressão" das conversas iniciais com o novo governo.
O Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) vai lutar por recomposição salarial de 27% e a correção de benefícios, como diárias e auxílio alimentação. Sem reajuste desde 2019, os funcionários do BC foram uma das categorias mais aguerridas na campanha salarial no ano passado.
Os servidores do órgão ficaram em greve de abril a junho, prejudicando diversos serviços e publicações do banco. Apesar da mobilização, os servidores saíram de mãos vazias, o que gerou insatisfação interna com a condução da pauta pela diretoria da autarquia. Mas, no entorno da diretoria, a avaliação é de que a batalha foi dura, segundo fontes.
A reunião entre o presidente do BC e os sindicatos foi uma espécie de "início dos trabalhos" de mobilização sobre as pautas de carreira no órgão este ano. Participaram além do Sinal, a Associação Nacional dos Analistas do BC (ANBCB) e o Sindicato Nacional dos Técnicos do BC (SinTBacen).
Os representantes dos servidores pediram a Campos Neto reuniões mensais para discutir as demandas da categoria, como questões de reestruturação de carreira e a criação de um bônus de produtividade. Os servidores do BC ainda têm pedido ao governo a formação de mesas setoriais específicas de negociação salarial.
A ministra Esther Dweck se reuniu com associações que representam servidores na última segunda-feira, 30, para tratar do evento que vai marcar a criação da Mesa Nacional de Negociação Permanente com os servidores federais no dia 7 de fevereiro.