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Presidente do BNDES diz que devolução de R$130 bi à União em 2018 é "materialmente improvável"

4 out 2017 - 12h10
(atualizado às 12h52)
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem condições de devolver recursos à União escalonamente, uma vez que precisa de tempo para substituir o Tesouro como fonte, disse nesta quarta-feira o presidente da instituição de fomento, Paulo Rabello de Castro.

Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília 23/08/2017 REUTERS/Adriano Machado
Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília 23/08/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O governo federal quer reaver 180 bilhões de reais dos recursos repassados ao banco de fomento em governos anteriores, sendo 130 bilhões de reais em 2018. "O banco tem condições de escalonamente colocar em seu fluxo de caixa de anos futuros uma devolução dessa natureza", afirmou a jornalistas Rabello de Castro, após palestra na Câmara Árabe-Brasileira de Comércio, em São Paulo.

Contudo, ele classificou como "materialmente muito improvável" o pagamento de 130 bilhões de reais já no próximo ano. "Esse recurso não vai estar lá, a não ser que a gente raspasse o fundo do tacho, mas essa não seria uma administração prudente do caixa... Ninguém fica com caixa zero", disse o presidente do BNDES, acrescentando que o banco também carrega fundos de terceiros.

Um dos objetivos do banco, segundo ele, é reduzir a representatividade do Tesouro como fonte de recursos e ampliar a participação de financiamento externo. "A injeção de recursos do próprio Tesouro não constitui o DNA do banco e, por isso, queremos aumentar as captações externas", comentou Rabello de Castro.

No fim de setembro, o BNDES anunciou que sua diretoria decidiu pagar 33 bilhões de reais referente a dívidas que o banco havia contraído com a União, em operação envolvendo 18 bilhões de reais em moeda corrente e 15 bilhões de reais em títulos públicos federais.

Questionado sobre a eleição de José Batista Sobrinho para presidência da JBS após a prisão do filho Wesley Batista, o presidente do BNDES disse que acredita tratar-se de uma solução temporária. "Normalmente um CEO está mais na faixa de 40 a 50 anos que de 70 a 80, então dentro das características de dinamismo empresarial haveria outras posições que caberiam melhor à figura do fundador", afirmou Rabello de Castro.

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