Presidente do BRB classifica como 'positiva' reunião com Galípolo sobre compra do Master
Paulo Henrique Costa se reuniu com presidente do BC sobre aquisição do Banco Master; Galípolo se encontra com Daniel Vorcaro nesta terça
BRASÍLIA - O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, avaliou como "positiva" a reunião que teve nesta segunda-feira com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
"Reunião muito positiva. O objetivo foi tratar de assuntos institucionais relacionados ao BRB e dar início ao processo de avaliação em relação a essa operação de aquisição do Banco Master", afirmou o executivo em entrevista à Times Brasil, logo após o encontro. Segundo ele, o processo começa agora a ser avaliado pelo BC de maneira oficial.
O BRB anunciou a operação, no valor de R$ 2 bilhões, na última sexta-feira. O banco público, controlado pelo Governo do Distrito Federal, vai comprar 49% das ações ordinárias do Master, com direito a voto, e 100% das ações preferenciais.
Paulo Henrique lembrou que o prazo legal para análise da operação é de 360 dias. "O que pode acelerar a aprovação da operação é o fornecimento de documentação de qualidade, a instrução do pleito de maneira adequada no BC e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a prestação dos esclarecimentos necessários pelas duas instituições. O Banco Central é soberano nessa decisão, muito diligente, muito exigente e criterioso na análise, certamente dará atenção que o assunto requer", afirmou.
O executivo afirmou que, com a transação, o BRB passa a fazer parte do grupo de controle do Master e assina um acordo de acionistas que dá direito a uma série de decisões, como direito de veto, compra e venda de ativos e passivos, indicação de executivos e conselheiros. "O BRB terá influência ativa na condução dos negócios", disse.
Além do presidente do BRB, Galípolo se encontrou nesta segunda com o chairman e sócio do BTG Pactual, André Esteves. Como mostrou o Estadão/Broadcast, pessoas envolvidas na negociação não descartam que o BTG ainda possa entrar no negócio. O banco chegou a analisar os ativos do Master, mas não levou a oferta adiante.
Segundo apurou a reportagem, a carteira de precatórios (dívidas judiciais do governo) do Master ainda pode interessar ao BTG Pactual, pois esse era o interesse central de Esteves ao analisar as contas do Master.
O BC ainda não fechou uma posição sobre a aquisição do Master e não tem "viés" para aprová-la ou não, mas a inclusão do BTG na operação entrou na mesa como uma saída alternativa. Nesta terça-feira, 1º, Galípolo terá uma reunião com o CEO do Banco Master S.A, Daniel Vorcaro, às 11h.
Como mostrou o Estadão, dentro do BRB, a operação é comparada ao Proer, programa oficial de socorro a bancos nos anos 90. Isso significa que o BRB vai incorporar os ativos do Master que têm valor, deixando para trás as operações consideradas problemáticas, que terão outro fim. Com esse desenho, na visão do BRB, um risco potencial para o sistema financeiro ficaria menor.
