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Presidente do IBGE vê censo garantido em 2022

Operação deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiada em decorrência da pandemia; em 2021, o Orçamento federal não trouxe os recursos necessários para a condução do levantamento, que acabou adiado novamente

23 dez 2021 - 05h11
(atualizado às 08h04)
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Adiado por duas vezes, o Censo Demográfico será retomado em 2022, afirmou ao Estadão/ Broadcast o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Rios Neto, considerando a aprovação de quase R$ 2,3 bilhões para a pesquisa no Orçamento da União do próximo ano.

"Não tenho dúvidas. Tudo o que foi pedido foi assegurado. Sempre, como reza a boa cautela, a gente tem de esperar a sanção do presidente (Jair Bolsonaro), mas o caminho está dado. Salvo alguns acidentes de percurso, nós estamos prontos para o censo. Esses foram os recursos que a gente pediu", afirmou ele. "Está garantido em 2022, nós vamos fazer."

Eduardo Rios Neto; presidente do IBGE afirmou que o Censo Demográfico será retomado em 2022 
Eduardo Rios Neto; presidente do IBGE afirmou que o Censo Demográfico será retomado em 2022
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 28/5/2019 / Estadão

Realizado a cada dez anos, o censo visita todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros, e serve de parâmetro para a definição de políticas de governo. A operação deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiada em decorrência da pandemia. Em 2021, o Orçamento federal não trouxe os recursos necessários para a condução do levantamento, que acabou adiado novamente. Foi preciso uma determinação do Supremo Tribunal Federal para a pesquisa ocorresse em 2022.

A operação censitária foi orçada inicialmente pelo IBGE em mais de R$ 3 bilhões, para ir a campo em 2020. Em meio a pressões do governo por redução de custos, os questionários originais foram enxugados, e a verba encolheu para R$ 2,3 bilhões. Quando foi adiado devido à pandemia para 2021, o governo federal reduziu ainda mais esse montante previsto, para R$ 2 bilhões.

No entanto, apenas R$ 71 milhões foram aprovados pelo Congresso, e o Orçamento sancionado e publicado no Diário Oficial da União trouxe um veto do presidente Jair Bolsonaro que cortou esse valor para apenas R$ 53 milhões - o que inviabilizava até os preparativos para o levantamento ir a campo em 2022. Após a decisão do STF, o IBGE conseguiu assegurar uma complementação orçamentária.

Prazos

O presidente do IBGE afirma que o prazo inicialmente estipulado para começar as entrevistas em campo, 1.º de junho, é inviável, mas evita citar datas do novo cronograma. Segundo ele, o ideal é que a coleta comece até agosto. O IBGE trabalha para entregar os primeiros dados, referentes ao contingente da população, ainda em 2022. Como são necessários pelo menos três meses para que os entrevistadores visitem todos os domicílios do País, seria preciso começar a coleta, no máximo, até setembro para cumprir esse objetivo.

"O mais cedo que puder entrar em campo, melhor. Por uma razão muito simples: eu gostaria muito de entregar o resultado preliminar, que é a contagem da população, aos estados e ao TCU (Tribunal de Contas da União)", justifica.

O IBGE terminou há pouco um teste nacional para o censo. Segundo o presidente do órgão, de sete municípios testados, cinco mostraram contingente populacional em linha com as estimativas feitas pelo IBGE. Por ora, além da necessidade de ajustes tecnológicos nos equipamentos e monitoramento do trabalho de campo, os testes mostraram como desafio localizar os moradores em todos os domicílios para obter a entrevista.

Estadão
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