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Prévia da inflação acelera em janeiro com alta de 0,89%

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 acumulou alta de 6,69% em 12 meses até janeiro, voltando a ficar acima do teto da meta do Banco Central

23 jan 2015 - 10h01
(atualizado às 10h29)
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<p>Preço das carnes exerceu o maior impacto no IPCA-15</p>
Preço das carnes exerceu o maior impacto no IPCA-15
Foto: Nacho Doce / Reuters

A prévia da inflação oficial acelerou a alta a 0,89% em janeiro sob a força dos preços de alimentos e tarifas públicas, maior nível em quase quatro anos, no momento em que o governo lança uma ofensiva fiscal para retomar a confiança dos agentes econômicos.

Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acumulou alta de 6,69% em 12 meses até janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, contra 6,46% até dezembro e voltando a ficar acima do teto da meta do governo-- de 4,5% pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

O resultado mensal foi o mais alto desde fevereiro de 2011, quanto subiu 0,97%. Em 12 meses, a taxa igualou a vista em novembro daquele mesmo ano.

A alta de janeiro sobre dezembro ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de 0,90%, mas em 12 meses ficou abaixo da mediana esperada de 6,75%.

Segundo o IBGE, o preço das carnes exerceu o maior impacto no mês, de 0,09 ponto percentual, ao subir 3,24%. Assim, o grupo Alimentação e Bebidas foi o que registrou o maior avanço de preços, de 1,45%, ante 0,94% em dezembro, respondendo por 40% do IPCA-15 do mês.

Energia elétrica foi o segundo maior peso individual, com 0,08 ponto percentual e alta de 2,60% em janeiro, levando o grupo Habitação a registrar avanço de 1,23% nos preços, sobre 0,71% em dezembro.

As tarifas de ônibus urbanos também pesaram neste mês, com alta de 2,85% e impacto de 0,07 ponto percentual no indicador.

A forte alta da inflação em 12 meses no início do ano já era esperada por analistas devido ao reajuste de preços administrados, sobretudo com energia elétrica e transportes.

A pressão inflacionária não deve perder fôlego no curto prazo diante dos recentes anúncios de diversas medidas fiscais pela nova equipe econômica, com destaque para tributos sobre combustíveis e fim de subsídio ao setor elétrico, como parte da investida do governo para colocar as contas públicas em ordem.

As ações pioraram ainda mais as expectativas de inflação para este ano, com projeções para alta do IPCA acima de 7% que, se confirmada, seria a maior em mais de uma década.

Depois de prometer fazer "o que for necessário" para diminuir a alta dos preços, o Banco Central elevou na quarta-feira a Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,25%, e sinalizou nova alta no curto prazo, ainda que tenha deixado em aberto o ritmo a ser adotado.

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