Prévia da inflação aponta maior alta para abril desde 2003
IPCA-15 registrou alta de 1,07% neste mês, levando o indicador a acumular alta de 8,22% em 12 meses
A prévia da inflação oficial brasileira desacelerou pelo segundo mês seguido em abril, a 1,07%, mas ainda assim registrou o maior nível em 12 anos para o mês e no acumulado em 12 meses teve o pior resultado desde janeiro de 2004, mantendo o Banco Central sob pressão para controlar a alta dos preços.
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Apesar de ter mostrado alívio em relação à alta de 1,24% de março, o resultado de abril do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) é o mais forte para o mês desde a alta de 1,14% vista em 2003.
Com isso, o indicador acumulou em 12 meses até abril avanço de 8,22%, contra 7,90% em março, nível mais alto desde que chegou a 8,46% em janeiro de 2004, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Assim o indicador permanece bem acima do teto da meta do governo - de 4,5% com margem de 2 pontos percentuais - e permanece perto do nível em que especialistas calculam que a inflação vai encerrar este ano.
Os resultados ficaram um pouco acima do esperado em pesquisa da Reuters, de alta de 1% na base mensal e de 8,14% em 12 meses na mediana das estimativas.
Setores
Segundo o IBGE, o maior responsável individualmente pelo resultado mensal de abril foi a energia elétrica, com 0,45 ponto percentual após alta de 13,02% no mês. Isso levou o grupo Habitação a registrar a maior alta, de 3,66%, contra 2,78% em março.
Alimentação e Bebidas também pesaram em abril, apesar de o grupo ter desacelerado a alta a 1,04% contra 1,22% no mês anterior. Juntos, os dois grupos responderam por 75,70% do índice de abril, segundo o IBGE, somando 0,81 ponto percentual.
A inflação no País vem sendo fortemente impactada neste início de ano principalmente pelos diferentes reajustes das tarifas de energia elétrica. De acordo com o IBGE, em abril somente a bandeira vermelha vigente nas contas de energia aumentou 83,33%, passando de R$ 3,00 para R$ 5,50.
Assim, os preços administrados permanecem como o maior peso sobre a inflação neste ano, com expectativa de especialistas na pesquisa Focus do Banco Central de alta de 13% para esse grupo. Para o IPCA, a expectativa é de avanço de 8,13% ao final de 2015.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir no final deste mês para decidir sobre a taxa básica de juros Selic, atualmente em 12,75%. No Focus, os especialistas consultados veem manutenção do ritmo de aperto monetário com nova alta de 0,50 ponto percentual, levando a taxa básica de juros a 13,25%.