Prévia da inflação fecha o ano em 6,46%, dentro da meta
Indicador que antecede o índice oficial de inflação acelerou a alta para 0,79% em dezembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou a alta a 0,79% em dezembro pressionado pelos preços de alimentos e transportes, encerrando o ano praticamente no teto da meta do governo, ainda em níveis muito elevados e que vão continuar pressionando a nova equipe econômica do governo.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, subiu 6,46% neste ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acima dos 5,85% de 2013 e muito próximo do teto da mete, de 4,5% pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Pesquisa Reuters com analistas mostrou que a expectativa era de alta mensal de 0,75% e de 6,42% no ano.
De acordo com o IBGE, os preços de Alimentação e bebidas e de Transportes responderam por 66% da alta mensal do IPCA-15 neste mês. O primeiro grupo mostrou elevação nos preços de 0,94% em dezembro, sobre 0,56% no mês anterior. O destaque ficou para carnes, com alta de 4,02%
Já Transportes teve a maior variação no mês, de 1,59%, bem acima da alta de 0,20% registrada em novembro. O item passagens aéreas foi o destaque, com aumento de 42,42% no período, bem como os preços da gasolina, com alta de 2,15%, "refletindo, nas bombas, a complementação do reajuste de 3% em vigor desde 07 de novembro", informou o IBGE em nota.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, vê a inflação no País atingindo seu pico no primeiro trimestre de 2015. Mas no período seguinte, o cenário mais provável é de que ela inicie um processo de declínio.
Com a inflação pressionada, o BC deu início a um novo ciclo de aperto monetário em outubro, elevando a Selic ao atual nível de 11,75%. E a expectativa do mercado e de economistas é de que ela continuará subindo nos próximos meses para combater a escalda dos preços.
Segundo pesquisa Focus do BC, a expectativa é de que o IPCA encerre este ano dentro da meta, com alta de 6,38%.
O combate à inflação junto com um maior rigor fiscal é o centro do discurso da nova equipe econômica, com Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini mantido no BC.