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Prévia da inflação volta a desacelerar e fica em 0,13% em setembro, abaixo das estimativas

IPCA-15 havia avançado 0,19% em agosto, segundo o IBGE; em 12 meses, índice recuou de 4,35% em agosto para 4,12% em setembro

25 set 2024 - 09h25
(atualizado às 10h56)
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RIO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,13% em setembro, após ter avançado 0,19% em agosto, informou nesta quarta-feira, 25, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior variação (0,50%) e o maior impacto (0,08 ponto percentual) no índice vieram do grupo de habitação. Outros seis grupos também vieram alta.

Com o resultado, o IPCA-15 registrou um aumento de 3,15% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 4,12%, ante taxa de 4,35% até agosto.

O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam alta de 0,18% a 0,33%, com mediana positiva de 0,28%.

Em habitação, o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de -0,42% em agosto para 0,84% em setembro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 a partir de 1º de setembro.

Ainda nesse grupo, houve alta da taxa de água e esgoto (0,38%) após reajustes tarifários de redução média de 0,61% em São Paulo (-0,15%), a partir de 23 de julho; de 5,81% em Salvador (3,02%), a partir de 1º de agosto; e de 8,05% em Fortaleza (5,23%), a partir de 5 de agosto.

Os preços de alimentação e bebidas aumentaram 0,05% em setembro, após queda de 0,80% em agosto. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,01 ponto porcentual para o IPCA-15.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,01% em setembro, após ter recuado 1,30% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,22%, ante alta de 0,49% em agosto.

Os preços de transportes caíram 0,08% em setembro, após alta de 0,83% em agosto. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,02 ponto porcentual para o índice. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,64% em setembro, após avanço de 3,47% no mês anterior. A gasolina caiu 0,66%, após ter registrado alta de 3,33% em agosto, enquanto o etanol recuou 1,22% nesta leitura, após alta de 5,81% na última.

Na avaliação do economista-sênior do Banco Inter, André Valério, o IPCA-15 de setembro apresentou um resultado positivo tanto do ponto de vista qualitativo, como quantitativo, com melhora substancial em todas as métricas, Ele pondera, no entanto, que o IPCA cheio do mês deve apresentar uma piora de perfil.

"(Isso é) devido à metodologia de cálculo que irá levar em consideração todo o período de vigência da bandeira vermelha (na tarifa de energia)", diz. "A inflação de alimentos dá sinais de piora mais intensa na margem, o que também não foi capturado pelo IPCA-15?, detalha.

Valério destaca a deflação dos grupos de transportes (-0,08%), refletindo o recuo da gasolina, e despesas pessoais (-0,04%), contra as pressões altistas de habitação (0,50%) e alimentação e bebidas (0,05%). Nas aberturas, o destaque positivo vai para os serviços (0,29% para 0,17%), mesmo com a alta das passagens aéreas.

"Ainda assim, vemos a continuidade de uma dinâmica benigna, que deve se manter em meio ao ciclo de alta da Selic, recém iniciado pelo Banco Central", ressalta o economista.

Alta dos juros

A fotografia apresentada pelo IPCA-15 de setembro foi bastante positiva, mas insuficiente para impedir a intensificação do ritmo de aperto do Banco Central, que deve elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual em novembro. A avaliação é do head de macroeconomia da Kínitro Capital, João Savignon.

Ele considera que "sem dúvida" a divulgação apresentou um qualitativo benigno, já que houve desaceleração e resultados abaixo do esperado em métricas importantes, como os serviços subjacentes (4,73% para 4,0%, pelo critério da média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada) e nos serviços intensivos em trabalho (4,4% para 3,6%).

Parte significativa dessas surpresas, porém, explica Savignon, está muito relacionada a fatores pontuais e atípicos e, por isso, não deve, por ora, tirar do radar a preocupação com o nível da inflação tanto corrente quanto das expectativas à frente.

Entre as variações que surpreenderam para baixo no IPCA-15 de setembro, ele enumera as passagens aéreas, energia elétrica, seguro de automóveis, cinema e cigarro.

Savignon chama a atenção, porém, para a surpresa altista da inflação da alimentação no domicílio, que embora tenha registrado mais uma variação negativa (-0,01% em setembro, após -1,30% em agosto) acelerou acima das expectativas. "E já há uma pressão contratada para alimentos por causa das questões climáticas à frente", ressalta./Com Gabriela Jucá e Daniel Tozzi Mendes

Estadão
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