Script = https://s1.trrsf.com/update-1731009289/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Primos de Benjamin Steinbruch terão participação direta na CSN, após anos de briga na Justiça

Com acordo, ações judiciais em andamento serão suspensas; os irmãos Léo e Clarice Steinbruch deterão 10,25% das ações da CSN em novo desenho societário

22 nov 2022 - 08h07
(atualizado às 08h31)
Compartilhar
Exibir comentários

Após anos de briga na Justiça, os irmãos Léo e Clarice Steinbruch, primos de Benjamin Steinbruch, terão participação direta na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A decisão encerra um imbróglio judicial de cerca de cinco anos na Justiça, que ocorria no coração da Vicunha, que controla a CSN e outros negócios da família Steinbruch. Os irmãos Benjamin, Ricardo e Elisabeth Steinbruch - representados pela holding Rio Purus - estavam em rota de colisão com os primos, da CFL Participações, ao menos desde 2018.

A CFL Participações tentava havia anos acabar com o acordo de acionistas da holding da família Vicunha Steel, que estava em vigor há quase 30 anos e que controla a CSN com cerca de 50,3% das ações com direito a voto na siderúrgica, uma das maiores do País. Além da CSN, a família é dona do banco Fibra, de imóveis, de um haras, da Vicunha Têxtil e de fazendas, entre outros ativos. Outro ativo listado dos Steinbruch é a CSN Mineração, empresa que concentra as minas da empresa, com a Casa de Pedra, em Minas Gerais.

Com o acordo, todo o desenho societário da CSN será alterado. Com isso, a CFL, que possui cerca de 40% das ações com direito a voto da Vicunha Steel, passará a ter 10,25% de participação direta na CSN. A Rio Purus, de Benjamin e irmãos, por sua vez, deterá 40,99% na empresa, ainda via holding. "Com o fim das disputas entre Rio Purus e CFL e o acordo de acionistas, a signatária (no caso a Rio Purus) prevê que não haverá mais controvérsia sobre o exercício do controle", diz fato relevante enviado pela CSN ao mercado.

O empresário Benjamin Steinbruch, presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)
O empresário Benjamin Steinbruch, presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)
Foto: Rafael Arbex/Estadão / Estadão

A operação, segundo comunicado enviado pela CSN, ainda depende de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser implementada. Foi estabelecido ainda um período de bloqueio para a venda das ações da CSN por parte dos primos, por um prazo de nove meses. Caso decidam futuramente pela venda, a Vicunha Steel, que agora pertence apenas a Benjamin e seus irmãos, terá direito de preferência na compra. Em seu comunicado, no entanto, a CFL deixa claro que seu objetivo é de "investimento na sociedade".

Segundo o documento enviado ao mercado, as partes se comprometeram a votar favoravelmente na aprovação de contas deste ano, além de dar aval aos dividendos que serão distribuídos. A CFL se comprometeu também a acompanhar o voto da Vicunha - ou se abster - em votações sobre os cargos de administração da CSN, o que na prática significa que não criará problemas para que Benjamin Steinbruch seja mantido na presidência.

Funcionário trabalha na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)
Funcionário trabalha na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)
Foto: Andrew Testa/Estadão / Estadão

Histórico

O conglomerado da família Steinbruch, que inclui a CSN e a Vicunha, foi criado nos anos 1960 pelos irmãos Mendel (pai de Benjamin, Ricardo e Elisabeth), que faleceu em 1993, juntamente com Eliezer (pai de Clarice e Léo). Os Steinbruch foram sócios do empresário Jacks Rabinovich, cuja sociedade foi desfeita em 2005.

Os desentendimentos familiares se tornaram públicos com a morte de Eliezer, em 2008. O acordo de acionistas da família Steinbruch foi firmado em 1994, após a morte de Mendel. Mesmo com fatias societárias diferentes, os herdeiros da família Steinbruch teriam o mesmo peso nas decisões dos negócios. Com mais participação, Benjamin sempre centralizou as decisões, para descontentamento dos primos. Com isso, os primos tentaram dar início a um processo de desmembramento das empresas. Hoje, na Bolsa, a CSN vale cerca de R$ 20 bilhões.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade