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Problemas com PDVSA elevaram custos, diz ex-Petrobras

Projeto orçado em cerca de US$ 2,5 bilhões já prevê gastos de quase US$ 20 bilhões

10 jun 2014 - 14h55
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Operário checa amostra de óleo na plataforma de petróleo Cidade Angra dos Reis, no campo de Lula, Rio de Janeiro. A produção da Petrobras no Brasil e exterior somou 2,55 milhões de barris/dia de óleo equivalente em março, alta de 0,63 por cento ante o mês anterior e de 2,6 por cento na comparação com o volume extraído um ano antes, informou a empresa nesta quarta-feira. 16/02/2011.
Operário checa amostra de óleo na plataforma de petróleo Cidade Angra dos Reis, no campo de Lula, Rio de Janeiro. A produção da Petrobras no Brasil e exterior somou 2,55 milhões de barris/dia de óleo equivalente em março, alta de 0,63 por cento ante o mês anterior e de 2,6 por cento na comparação com o volume extraído um ano antes, informou a empresa nesta quarta-feira. 16/02/2011.
Foto: Sergio Moraes / Reuters

O aumento nos custos da construção da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras em Pernambuco, foi causado pelo atraso na entrega de dados pela petroleira venezuelana PDVSA e por imprevistos de engenharia do projeto, disse nesta terça-feira o ex-diretor de Abastecimento da estatal brasileira, Paulo Roberto Costa, em depoimento a uma CPI no Senado.

O projeto, concebido para ser uma parceria entre as duas empresas para refino de petróleo brasileiro e venezuelano, teve um primeiro orçamento divulgado de cerca de US$ 2,5 bilhões, em 2005. Atualmente, com a obra já bastante adiantada, a previsão de gastos chega a US$ 20 bilhões.

Segundo o ex-diretor, os dados que detalhavam o tipo de petróleo a ser fornecido pela PDVSA foram entregues com atraso à Petrobras e revelaram a necessidade de construção de um segundo trem de refino na unidade que não estava previsto inicialmente.

Costa disse que o erro da Petrobras foi divulgar dados muito preliminares de um projeto que ainda não estava finalizado. "Não tem sobrepreço, não tem superfaturamento, não tem nada. Tem um dado que foi divulgado errado, na hora errada, sem definição de projeto e licitações", disse o ex-executivo da estatal. Ele lembrou também que a Petrobras teve que arcar com gastos previstos inicialmente para serem absorvidos pela PDVSA, que nunca aportou os recursos necessários ao projeto.

A refinaria, que já foi totalmente incorporada à lista de ativos da Petrobras e não tem mais nenhuma relação com a PDVSA, atualmente também é conhecida como Refinaria do Nordeste (Rnest). Paulo Roberto Costa, que é investigado em uma ampla operação da Polícia Federal sobre suposta lavagem de dinheiro, foi convocado para prestar depoimento na CPI do Senado que apura suspeitas de irregularidades na gestão da Petrobras.

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