Produção da Vale (VALE3) sobe 5,5%: otimismo voltou?
Na noite desta terça-feira (15), a Vale (VALE3) divulgou seu relatório de produção e vendas referente ao terceiro trimestre deste ano. Entre os destaques, a companhia produziu 90,9 milhões de toneladas métricas (Mt) de minério de ferro no período, alta de 5,5% no ano e 13% no trimestre.
Após a divulgação do relatório da Vale, diversas casas de análise emitiram suas opiniões sobre os números. Confira a seguir algumas delas:
Itaú BBA
O Itaú BBA destaca que a Vale apresentou o maior volume de produção desde o rompimento da barragem de Brumadinho. Os preços realizados do minério de ferro ficaram em US$ 90,6/tonelada, 2% acima do esperado, embora ainda tenham caído US$ 7,6/tonelada em relação ao trimestre anterior.
A casa estima um Ebitda de US$ 3,35 bilhões para a Vale no 3T24, uma queda de 29% em relação ao ano anterior, em linha com os menores preços de minério e maiores custos.
No geral, o BBA afirma que a Vale apresentou um crescimento nas vendas e produção de minério de ferro, com uma redução nos preços realizados, enquanto as divisões de cobre e níquel mostraram melhorias em termos de produção. A casa tem recomendação outperform (compra) para as ações da Vale (VALE3), com preço-alvo de US$ 13 para as ADRs negociadas em Nova York.
Goldman Sachs
O Goldman Sachs tem uma visão levemente positiva sobre os resultados da Vale. A casa chama a atenção para o fato de que este trimestre marcou o melhor desempenho da produção de ferrosos desde o 4º trimestre de 2018, sugerindo uma recuperação operacional que pode se estender pelos próximos anos.
Os analistas afirmam que a empresa está em um processo de recuperação após desafios enfrentados desde 2019, e o mercado espera melhorias contínuas tanto operacionalmente quanto na resolução de questões, como o acordo com a Samarco.
A casa mantém recomendação de compra para as ações VALE3, apesar de terem reduzido o preço-alvo para as ADRs de US$ 15,9 para US$ 15,5. Já o Ebitda estimado para o 3T24 da Vale foi ajustado de US$ 3,9 bilhões para US$ 3,7 bilhões, em linha com os menores preços realizados de minério de ferro.
Os principais riscos para a Vale, segundo o Goldman Sachs, incluem a possibilidade de uma desaceleração maior que o esperado na economia da China, a valorização do real frente ao dólar e desafios na oferta e demanda de metais básicos, como cobre e níquel. Além disso, questões legais envolvendo a Samarco e possíveis decepções operacionais também podem impactar negativamente os resultados futuros.
BTG Pactual
O BTG é a casa que mantém a visão mais cautelosa sobre a Vale, destacando melhorias nas operações de minério de ferro, mas apontando que a área de metais básicos ainda precisa de ajustes.
Os analistas chamam a atenção para a queda nos preços realizados de minério, que podem impactar o balanço da Vale, apesar do crescimento no volume. Além disso, a casa também cita a volatilidade recente em função das especulações sobre estímulos chineses, o que tem criado incertezas no mercado.
A casa tem recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de US$ 12 para os ADRs da Vale. Os analistas destacam que a empresa continua enfrentando desafios, como as negociações relacionadas ao desastre da Samarco, que estão progredindo.
Segundo o BTG, apesar das melhorias operacionais, a instabilidade macroeconômica da China pressiona os preços do minério de ferro, e a Vale continua sendo negociada a múltiplos baixos de EBITDA e com rendimentos de dividendos de aproximadamente 7%.