Produção industrial no Brasil cai 2,4% em janeiro, diz IBGE
A produção da indústria do Brasil iniciou 2018 com a queda mais forte em dois anos e pior que o esperado em janeiro devido ao ajuste na fabricação de veículos, indicando uma recuperação menos intensa da economia no início do ano.
A produção industrial encolheu 2,4% em janeiro na comparação com dezembro, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), interrompendo quatro meses de expansão e na a leitura mais fraca desde fevereiro de 2016 (-2,5%).
O resultado também foi pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 1,90%, mas de acordo com o economista do IBGE André Macedo, não representa reversão da trajetória de crescimento lento e gradual da indústria.
"Parece ser um ajuste, uma acomodação do setor que mantém sua velocidade moderada. Não se espera reversão de tendência em 2018, mas será naquele ritmo (gradual) conhecido e esperado", disse ele.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a produção industrial cresceu 5,7%, ante projeção de alta de 5,85%.
A indústria terminou 2017 estagnada segundo os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na semana passada, tendo perdido fôlego no quarto trimestre em relação aos três meses anteriores.
A principal influência negativa em janeiro foi a queda de 7,6% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, após avanço de 9,1% em dezembro na comparação mensal.
Isso levou a categoria de Bens de Consumo Duráveis a registrar no primeiro mês do ano recuo de 7,1% na produção, queda mais intensa desde março de 2017 (-7,5%).
Já a fabricação de Bens Intermediários caiu 2,4%, enquanto a de Bens de Capital, uma medida de investimento, recuou 0,3% em janeiro. A única categoria a apresentar ganhos foi a de Bens de Consumo Semi e não Duráveis, de 0,5%.
A atividade industrial mostrou queda generalizada, com 19 dos 24 ramos pesquisados encolhendo, de acordo com o IBGE.
A inflação e os juros baixos devem favorecer a indústria brasileira neste ano, ao estimularem o consumo. Em fevereiro, a confiança do setor voltou a subir, de acordo com sondagem da Fundação Getulio Vargas (FGV), em meio à alta disseminada da utilização da capacidade.