Produtores italianos cobram veto total a carnes brasileiras
Entidade de classe alega "riscos" à saúde dos europeus
A Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos da Itália (Coldiretti) cobrou nesta segunda-feira (27) a União Europeia para proibir a importação de carne brasileira por conta das denúncias feitas pela Operação Carne Fraca, conduzida pela Polícia Federal.
Segundo a entidade, que chamou o caso de "maior escândalo mundial" do setor, os produtos brasileiros representam um "risco para os cidadãos europeus". "É preciso esclarecer isso imediatamente para não colocar em risco a saúde dos consumidores", disse a Coldiretti.
A confederação também recomendou que as pessoas verifiquem a origem na etiqueta das carnes nos mercados e peçam garantias sobre a natureza "made in Italy" dos produtos em restaurantes. Segundo a PF, alguns dos maiores frigoríficos do país, como JBS e BRF, pagaram propinas para permitir a comercialização de carnes vencidas ou irregulares.
"É necessário que da União Europeia chegue um bloqueio das importações de carne do Brasil, como já fizeram China e Coreia do Sul, enquanto o maior escândalo mundial da carne não é esclarecido", afirmou a associação. Em 2016, a Itália importou mais de 30 milhões de quilos de carne brasileira.
Nesta segunda, o comissário europeu para Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, chegou ao Rio de Janeiro para discutir a crise e garantiu que quer ajudar o país a "recuperar a própria credibilidade".
No momento, a UE suspendeu apenas a compra das carnes dos frigoríficos envolvidos no escândalo, assim como a China, que até chegou a fechar seu mercado ao Brasil, mas agora proíbe apenas produtos das empresas citadas na Operação Carne Fraca. Já a Coreia do Sul não impõe mais restrições, após ter vetado temporariamente a importação de carne de frango.