Produtos veganos: oportunidade de investimento até pra Anitta

Com a adesão de famosas como Xuxa e Anitta, veganismo está em alta: para investidores, há oportunidades

12 jul 2022 - 06h15

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O veganismo e vegetarianismo estão se tornando mais comuns. Um fator que ajuda a popularizar o tema é a adesão de famosos: Xuxa, por exemplo, acaba de lançar um livro infantil chamado “Mimi, a vaquinha que não queria virar comida”. Anitta, que já é sócia da empresa de alimentos veganos à base de plantas Fazenda Futuro, lançou recentemente, com a marca, uma linha de comidas congeladas para festa, chamada Future Party.

De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), o número de vegetarianos cresceu 75% em regiões metropolitanas, entre 2012 e 2018. Atualmente, as mudanças podem ser observadas por qualquer pessoa, numa ida ao supermercado: a oferta de produtos veganos e vegetarianos é cada vez maior.

Com isso, as oportunidades de negócio também crescem. A Fazenda Futuro, por exemplo, foi fundada só em 2019, e já atingiu um valor de mercado de mais de R$ 2 bilhões. A Startup de fast-food vegano e funcional Bloom, que tem apenas uma unidade recém lançada, recebeu, este mês, aporte de R$ 10 milhões.

Investidores podem entrar por equity crowdfunding

Como muitas das empresas estão surgindo, para os investidores é uma opção de embarcar nesse mercado crescente. Por isso, o empreendedor Christian Wolthers criou uma empresa que une fundadores e investidores, através de uma plataforma equity crowdfunding específico para empresas veganas, a Vegan Business.

Wolthers conta que se tornou vegano em 2017, quando descobriu que ia ser pai pela primeira vez - hoje tem dois filhos: “Eu tive uma reflexão pensando no meu estilo de vida, no meu consumo, buscando ser mais coerente com aquilo que eu acredito ser o exemplo que quero deixar para as gerações que estão vindo, e uma das coisas [a mudar] era aderir ao veganismo”, disse.

Wolthers é dinamarquês-brasileiro, e sempre viajou bastante. Nessas viagens, em 2018, ele já observava o movimento que acontece hoje no Brasil. Em Londres e na Califórnia viu a tendência de aumento na oferta de produtos industrializados veganos, então começou a ter vontade de trabalhar nesse mercado.

Além disso, queria propagar os benefícios que teve com o veganismo. Disso resultou, no mesmo ano, em um portal de conteúdo que depois se tornou a plataforma de crowdfunding Vegan Business: “Eu e minha sócia, Nádia Gonçalves, começamos a ter um relacionamento com empreendedores desse mercado”.

Com o crescimento do portal vieram oportunidades de investir em negócios, conta Wolthers: “Em 2019 eu fiz o meu primeiro investimento-anjo em uma empresa plant-based, chamada Super Vegan (de chocolates) e decidi focar 100% de investimento nesse tipo de empresa, que atende esse critério de nenhum tipo de maltrato animal. Em 2020 tive o convite do fundo de venture capital Veg Capital, que investe apenas em alimentos veganos, e comecei a receber ainda mais oportunidades. Muitas dessas empresas eu tinha vontade de participar, e aí veio a ideia da plataforma de crowdfunding”, contou.

A plataforma recebeu aprovação da CVM no final do ano passado e começou a operar em janeiro deste ano: “Em seis meses já realizamos quatro rodadas de investimento, são R$ 3 milhões para empresas do mercado plant-based. Todas as rodadas fecham em horas, menos de um dia”, contou Wolthers.

Ele explica por que é um bom momento para investir no negócio: “Virou moda investir em negócios plant-based hoje em dia, porque existe uma tendência muito interessante no setor, em termos de negócio. Eu continuo investindo e a nossa comunidade de investidores têm crescido muito. Isso é interessante porque você está investindo em uma empresa da economia real, em um mercado em crescimento”, finalizou o CEO da Vegan Business.