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Profissionais de TI ganham em dólar fazendo home office no Brasil

Entenda os vieses do mercado estrangeiro para contratação de profissionais brasileiros

2 mar 2023 - 09h55
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Foto: Adobe Stock

Desde o começo da pandemia do Covid-19, em 2020, houve um aumento da demanda de profissionais brasileiros de TI para trabalhar em empresas estrangeiras. Essa demanda traz duas conveniências para os brasileiros: receber em dólar e trabalhar em home office sem sair do Brasil.

O fato é que trabalhar totalmente em regime de home office ermite que você opte por não sair de casa ou mesmo por viajar pelo mundo.

“Conheço profissionais que viajam o mundo trabalhando, a cada semana estão em um país novo. Aos finais de semana conhecem esse país, e partem para o próximo na semana seguinte”, afirma Priscila de Oliveira, gerente de cultura e pessoas da Kstack, empresa especializada na oferta de soluções digitais e hunting de profissionais de TI.

A executiva explica o porquê inúmeros profissionais de hunting de TI têm optado por desenvolver suas carreiras junto a empresas que também atuam fora do país ou que já sejam do setor internacional de tecnologia. 

“O motivo tem relação direta ao crescimento de seus ganhos, pois o candidato que estiver apto a assumir uma vaga no exterior receberá seu salário em dólar ou euro, e à valorização profissional, graças às diferenças culturais e ao nível de entrega dos candidatos brasileiros, característica internacionalmente reconhecida”, diz ela.

O home office é uma janela para o mundo

De acordo com pesquisa feita pela Brasscom, no Brasil, mais de 70 mil vagas para a área de TI serão geradas até o ano de 2024. Internacionalmente, essa demanda cresceu de maneira considerável. 

Nos últimos três anos, o mercado de hunting de TI teve um aumento de mais de 42% no orçamento de tecnologia, tanto para o Brasil, quanto para fora do país, durante e após a quarentena, segundo dados levantados pela IDC.

De 2011 a 2021, a demanda por vagas internacionais cresceu no Brasil em 80%, de acordo com uma pesquisa realizada pela Assespro-PR, frente aos dados divulgados pelo RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério da Economia. O fluxo segue firme também para a área de TI.

Nesse contexto, as big techs são uma opção real para desenvolvedores brasileiros. Países como Alemanha, Estados Unidos e Canadá estão recrutando profissionais com salários da moeda nativa e acima do valor que esses profissionais comumente recebiam quando trabalhavam no Brasil, presencialmente. 

“O pré-requisito é possuir o idioma inglês fluente e conhecer a tecnologia solicitada pelo cliente”, alerta Priscila.

A taxa de câmbio pode fazer toda diferença

Uma das desenvolvedoras que se enquadra nessa realidade é Gabriela Salomão, que participou de processo seletivo através da Kstack e hoje trabalha para uma empresa com sede na Califórnia. Ela acredita que essa nova oportunidade de trabalho no exterior propicia crescimento pessoal e profissional, além de melhorar o inglês, facilitar a oportunidade de conhecer pessoas/culturas diferentes. 

“A economia de tempo, trabalhando remoto, é um dos principais desafios. Hoje em dia, economizo 2/3h que tinha antes do deslocamento, gerando mais qualidade de vida, sem contar a liberdade geográfica”, explica Gabriela. “Temos bem menos reuniões, mais liberdade no dia a dia e a facilidade de participar de reuniões apenas com o time.”

Além disso, receber em dólar pode fazer toda diferença. “No Brasil, o dólar está valorizado, e isso faz com que a contratação seja uma ação propícia”, pondera Priscila  de Oliveira.

As áreas de TI estão mais amplas e abrangentes

De acordo com a Brasscom, até 2025 estima-se a abertura de mais de 797 mil vagas para a área de TI no Brasil. Características como ter a consciência de que todos os tipos de experiências contam para aprimorar o seu currículo, como conhecimento em outras áreas, por exemplo, e uma segunda ou terceira línguas, fazem toda diferença ao tentar uma vaga em ambientes profissionais externos, principalmente na área de TI.

Frente a um levantamento realizado pelo BID, o setor de tecnologia cresceu mais de 60% durante a pandemia, em comparação ao período pré-pandêmico, e as vagas estão aptas a todos os candidatos, se optarem pela força de vontade e aptidão para seguirem em frente com as especificidades da empresa em que desejam atuar.

5 soft skills que você precisa ter

Priscila aponta que para conquistar uma vaga no exterior, é necessário investir tempo em conhecimento, já que cada profissional tem uma curva de aprendizado diferente. Ela destaca 5 soft skills que os candidatos devem ter para trabalhar em empresas do exterior:

  • 1. Flexibilidade Cognitiva 

“Esta é a soft skill responsável pela famosa frase ‘pensar fora da caixa’, já que busca por soluções menos comuns, mas igualmente eficientes para resolver um problema”, diz ela.

  • 2. Boa comunicação 

“Para uma boa comunicação, é essencial não somente em trabalhos internacionais, mas importante durante o fluxo do trabalho remoto. No caso de vagas internacionais, além de ter fluência no idioma, é necessário saber se comunicar de forma clara e objetiva,”

  • 3. Inteligência Cultural

“A sugestão é que haja o aprendizado de uma nova cultura, pois um novo idioma é bastante importante nas posições internacionais. É importante é abrir sua mente para novas culturas e perspectivas”, avisa a executiva.

  • 4. Foco no cliente 

“O candidato deve compreender o fato de que o cliente é, sem dúvida, a ferramenta humana mais importante do processo.”

  • 5. Vontade de aprender 

“No mercado tech, as coisas mudam de forma muito rápida. É preciso estar bastante antenado às mudanças e novidades”, finaliza Priscila.

Redação Dinheiro em Dia
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