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Projeção do IBGE reforça necessidade de reforma, diz secretário da Previdência

Projeção populacional do IBGE estima 43 idosos para cada 100 pessoas em idade ativa em 2060; hoje número é de 13 idosos

25 jul 2018 - 21h56
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O Brasil ganhou um prazo de mais cinco anos antes que a população total do País comece a encolher, mas isso não adia a necessidade de aprovação de uma reforma da Previdência, disse ao Broadcast o secretário da Previdência, Marcelo Caetano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 25, projeções atualizadas para a população, com uma melhora na tendência para a taxa de fecundidade (que mede o número médio de filhos por mulher). Mesmo assim, o quadro segue alarmante, segundo Caetano.

"A razão de dependência de idosos prevista para 2060 era de 44 idosos para cada 100 pessoas em idade ativa na projeção de 2013. Agora, essa previsão é de 43 idosos. Houve uma atualização nos números, mas quando a gente considera que temos hoje 13 idosos para cada 100 pessoas em idade ativa, ainda assim é um incremento substancial", explicou o secretário.

IBGE projeta que a população brasileira começará a encolher em 2048
IBGE projeta que a população brasileira começará a encolher em 2048
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil / Estadão

Segundo ele, esse é o indicador mais relevante para analisar a sustentabilidade de um regime previdenciário. Para Caetano, os dados do IBGE "reforçam e mantêm" a análise de que o processo de envelhecimento da população brasileira está avançando rapidamente. "Isso só reforça o discurso da necessidade da reforma", afirmou.

Em 2013, o IBGE previa que a população brasileira começaria a encolher em 2043. Na atualização divulgada, o órgão projeta que a redução começará depois, a partir de 2048. A mudança ocorre porque o instituto revisou as taxas de fecundidade previstas até 2060. Esse índice hoje é de 1,77 filhos por mulher e cairia rapidamente a 1,5, segundo a previsão anterior. Agora, a estimativa é que o número recue menos, a 1,66 no mesmo prazo.

O pesquisador Rogério Nagamine, coordenador de Previdência no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também acredita que os dados reforçam a necessidade de reforma nas regras de aposentadoria e pensão no País.

"Na prática não muda muita coisa. A participação da população idosa chegava em 2060 à proporção de 33,7% na previsão de 2013. Agora, chega a 32%. Prevalece quadro de envelhecimento rápido. Ainda é um terço", afirmou o pesquisador. "A necessidade de reforma continua, porque é uma situação em que um terço da população vai ser idosa."

O secretário de Previdência rebateu a possibilidade de os dados levemente mais favoráveis do IBGE sinalizarem uma urgência menor da aprovação da reforma. "Os dados mostram um processo de envelhecimento muito rápido e muito acentuado. Não vejo como argumentar que a reforma não é urgente. Independente de projeção demográfica, os dados financeiros indicam um déficit muito elevado", afirmou Caetano.

Estadão
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