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Projeto une passado a edifício corporativo de alto padrão

Casarão de 1911 na quadra da Avenida Paulista integra empreendimento comercial com uma torre de 15 andares

30 ago 2018 - 05h18
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Prédio de 15 andares foi erguido no terreno onde está o casarão do Barão de Bocaina
Prédio de 15 andares foi erguido no terreno onde está o casarão do Barão de Bocaina
Foto: Luis Esteves / Stan / Divulgação / Estadão

Remanescente da época da implantação da Avenida Paulista, a casa do Barão de Bocaina, construída em 1911, foi restaurada pela Stan Incorporadora, que ganhou o troféu de preservação de patrimônio histórico. No mesmo terreno, a empresa implantou um empreendimento corporativo de alto padrão.

De acordo com o júri, foi realizado "excepcional trabalho de restauração" do casarão, além de preservar sua área verde, "resultando em um conjunto imponente que resgata e preserva a memória da cidade".

O casarão de estilo art noveau e o jardim acessível ao público, que foram tombados pelo governo em 2012, ocupam metade do terreno de 2,1 mil m². Isso restringiu o espaço para construção da torre, diz o sócio-diretor da Stan, Andre Neuding Filho. A solução foi construir a torre no fundo do terreno, a menos de um metro do patrimônio tombado.

Casarão de 1911, que pertenceu ao Barão de Bocaina, foi restaurado pela incorporadora
Casarão de 1911, que pertenceu ao Barão de Bocaina, foi restaurado pela incorporadora
Foto: Luís Esteves / Stan / Divulgação / Estadão

São três cenários em um projeto integrado, descreve Neuding, citando o casarão do passado, a mata nativa do jardim e um "prédio ultra contemporâneo com toda tecnologia". Ele defende a valorização histórica da arquitetura paulistana, acreditando na sinergia entre o novo e o antigo, para tornar viva a memória da cidade.

O investimento total chegou a R$ 120 milhões. Foram 37 meses de obras para conclusão do PJM 109 - na Rua Padre João Manoel, 109, a uma quadra da Avenida Paulista. A torre com sete subsolos, até 25 metros de profundidade, foi entregue em dezembro de 2017.

O projeto traz assinatura do Botti Rubin Arquitetos Associados. Com desenho em "L", abriga 15 pavimentos para escritórios de alto padrão. São lajes corporativas de 198 a 534 m².

O edifício tem fachada em vidros laminados, refletivos, que servem de espelho para o casarão. O lobby de entrada tem pé direito duplo, com acabamento em granito e madeira. Um gerador garante energia para os conjuntos no caso da falta de fornecimento da concessionária.

Originalmente propriedade de Francisco de Paula Vicente de Azevedo, filho homônimo do Barão de Bocaina, o casarão fica ao lado do Conjunto Nacional, ícone da Avenida Paulista.

O trabalho de recuperação ficou a cargo da Companhia do Restauro, trazendo de volta suas características originais. A fachada retomou o acabamento. Madeiramento do forro e do telhado passaram por reconstrução, assim como o piso de granilite, que decora o hall de entrada. As colunas jônicas tiveram frisos recompostos.

O terreno é rodeado por área ajardinada. O paisagismo manteve características da praça original, mantendo espécies como pau-brasil, figueiras, jabuticabeiras e palmeiras imperiais.

Restaurante. O tombamento abriu possibilidade de flexibilização do uso da mansão. Segundo a direção da Stan, a melhor forma de preservar um patrimônio de valor histórico, cultural e arquitetônico é por meio do seu uso pelo público, em convênio com a iniciativa privada.

O casarão foi negociado com a rede de restaurantes Gula Gula. "Bastante conhecida no Rio de Janeiro, a rede fará sua estreia em São Paulo", diz Neuding Filho. O início das operações está previsto para o último trimestre do ano.

Estadão
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