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PT não embarca na pauta da Fazenda e repete dinâmica do governo Dilma 2, diz Schwartsman

Para ex-diretor do Banco Central, deve ser nulo o efeito prático da emenda apresentada pelo deputado Lindbergh Farias para mudar meta de déficit no próximo ano

13 nov 2023 - 20h03
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As emendas apresentadas nesta segunda-feira, 13, pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) para mudar a meta fiscal de 2024 revelam uma dinâmica similar à do início do segundo governo de Dilma Rousseff, quando o partido se posicionou contrariamente às pautas encampadas pelo Ministério da Fazenda, à época comandado por Joaquim Levy. A avaliação é do ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman.

"Se reclamava muito das 'pautas-bomba' da oposição, mas o que aconteceu é que o partido não tinha embarcado na pauta de Dilma e sabotou a Fazenda", diz ele. "A vantagem, nesse caso, é que Dilma não mandava no PT, mas o presidente Lula certamente manda. Se Lula decidir que a meta é zero, ela é zero."

Membro da tendência Resistência Socialista — e não da ala majoritária do partido, comandada por Lula —, Lindbergh apresentou duas emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024. Uma delas prevê a mudança da meta para um déficit de 0,75% do PIB, enquanto a outra propõe um rombo de 1% do PIB nas contas do governo central no próximo ano.

Ambas as emendas colidem com o esforço que vem sendo conduzido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defensor de que a meta original, de déficit primário zero, seja perseguida. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem defendido no governo uma alteração da meta para um déficit de 0,5% do PIB.

Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do Banco Central
Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do Banco Central
Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADAO / Estadão

Para Schwartsman, o efeito prático da emenda de Lindbergh deve ser nulo, já que o parlamentar é uma figura "relativamente marginal" no PT. Mesmo assim, o episódio mostra que o partido está marcando posição em favor da mudança da meta. "Lindbergh é o martelo, a mão que segura o martelo é outra", diz o economista.

"A minha impressão é a de que o governo vai chutar essa discussão para a frente, vai deixar em aberto e, no começo do ano que vem, quando vierem os números de arrecadação, aí eles mexem", completa.

Estadão
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